SONETO IMPERFEITO DA CAMINHADA PERFEITA
Já não há mordaças, nem ameaças, nem algemas
que possam perturbar a nossa caminhada,
em que os poetas são os próprios versos dos poemas
e onde cada poema é uma bandeira desfraldada.
Ninguém fala em parar ou regressar,
ninguém teme as mordaças e as algemas.
- O braço que bate há-de cansar
e os poetas são os próprios versos dos poemas.
Versos brandos... Ninguém mos peça agora.
Eu já não me pertenço: sou da hora.
E não há mordaças, nem ameaças, nem algemas
que possam perturbar a nossa caminhada,
onde cada poema é uma bandeira desfraldada
e os poetas são os próprios versos dos poemas.
Sidónio Muralha
5 comentários:
Muito belo e cheio de força!
Versos brandos...ninguém mos peça agora.É isso mesmo,a hora é de raiva.
Justine: foi uma arma no combate ao fascismo.
Um beijo.
Olinda: a hora é de raiva, logo de luta...
É uma grande arma de luta este poema de Sidónio Muralha na perfeita caminhada contra o fascismo que continua a perseguir-nos.
Um beijo.
Caramba!!! Não costumo gostar muito dos sonetos pouco melódicos que se estendem para além da métrica rítmica, mas este é uma excepção. O Sidónio Muralha conseguiu dar-lhe um ritmo diferente mas muito belo. Lindíssimo!
Abraço vermelho!
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