POEMA

ANA E ANTÓNIO


A Ana e o António trabalhavam
na mesma empresa.
Agora foram ambos despedidos.
Lá em casa, o silêncio sentou-se
em todas as cadeiras
em volta da mesa vazia.

«Neo-Realismo!» dirão os estetas
para quem ser despedido
é o preço do progresso.

Os estetas, esses, nunca
serão despedidos.

Ou julgam isso, ou julgam isso.


Mário Castrim

5 comentários:

Graciete Rietsch disse...

Há-de chegar a hora deles, quando chegar a nossa.

Um beijo.

Justine disse...

Também já começa a chegar a alguns estetas...

samuel disse...

Julgam mal...

Abraço.

Maria disse...

Que ninguém se esqueça destas palavras!

Um beijo grande.

Olinda disse...

Ou julgam isso...

(Que saudades das palavras do Mário)