POEMA

MÁQUINA DO MUNDO


O Universo é feito essencialmente de coisa nenhuma.
Intervalos, distâncias, buracos, porosidade etérea.
Espaço vazio, em suma.
O resto é a matéria.

Daí, que este arrepio,
este chamá-lo e tê-lo, erguê-lo e defrontá-lo,
esta fresta de nada aberta no vazio,
deve ser um intervalo.


António Gedeão

4 comentários:

Justine disse...

Voltar sempre a ele, ao poeta-cientista! Inesgotável:))))

Olinda disse...

Muito apropriado este belo poema de Gedeao.Foi com ele que aprendi a gostar de poesia.

Graciete Rietsch disse...

Gedeão é Grande. Físico,professor, cientista, poeta, escritor, conhecendo exatamente o mundo em que vivia e vivemos, deixa-nos neste poema o pretexto para que preenchamos o vazio destas política que rivaliza com o vazio do Universo.

Um beijo.

Fernando Samuel disse...

Justine: e sempre actual..
Um beijo.

Olinda: tiveste um bom professor...

Graciete Rietsch: é isso mesmo.
Um beijo.