Há dias, na Assembleia da República, o ministro Álvaro Pereira procedeu a uma brilhante representação. Disse ele: «2012 irá certamente marcar o fim da crise. Será o ano da retoma para o crescimento gradual em 2013 e 2014» - e, perante os sorrisos irónicos de muitos deputados, pôs-se em bicos de pés e decretou: «Que não exista qualquer dúvida».
Fê-lo com a mesma convicção que vimos no então primeiro-ministro, José Sócrates, em
Agosto de 2009, ao anunciar solenemente que tínhamos chegado ao «princípio do fim da crise»...
Igual convicção manifestara, menos de um ano antes, em Outubro de 2008, o ministro da Economia de Sócrates, Manuel Pinho, ao garantir peremptoriamente que «a crise acabou, vive-se um ponto de viragem»...
E, por estas ou por outras palavras, e com igual convicção, falaram todos os primeiros-ministros, desde Mário Soares - já lá vão mais de 35 anos...
Se puxarmos pela memória, lembrar-nos-emos que todos eles, ao tomarem posse, começaram por dizer que, 1º: isto está mau; 2º: a culpa é do governo anterior; 3º: agora temos que, todos, fazer sacrifícios ...
E toca de aplicar a mesma política de direita do governo anterior...
Depois, perante a constante degradação da situação por eles provocada, aí estavam eles - todos sem excepção: Soares, Cavaco, Guterres, Barroso, Sócrates... - a garantir que a retoma já chegou e o fim da crise está quase mesmo a chegar...
E enquanto exibiam estas manifestações de confiança e de esperança, destruíam o aparelho produtivo e a economia nacional; flagelavam as condições de trabalho e de vida da imensa maioria dos portugueses; vendiam a independência e a soberania nacional por um prato de lentilhas; destroçavam as conquistas da Revolução; empurravam Portugal para o abismo...
É a vez, agora, de o Governo PSD/CDS, presidido por Passos Coelho, cumprir a sua função - e o ministro Álvaro Pereira mostra saber a lição de cor e salteado...
Mas talvez as contas lhes saiam furadas... - e sairão se a luta dos trabalhadores e das populações se intensificar e ampliar.
Sinais de que assim é, foram dados pelas recentes acções dos trabalhadores dos Transportes e da Administração Pública.
E a Greve Geral de 24 de Novembro pode vir a ser um grande, um enorme passo em frente.
Por isso ela é, no momento actual, a nossa principal tarefa.
7 comentários:
São insaciáveis... mas não são invencíveis.
Abraço.
A Greve de 24 de Novembro vai ser uma enorme Greve Geral!
Um beijo grande.
Vai ser um enorme passo em frente!
Tantos anos, tantas palavras, tantas mentiras, tantos votos iguais.
Mas acredito-me que vamos ter uma grande adesão à Greve.
Quanto ao resto, a Luta Continua!
BJS,
GR
Todos iguais, iguais, iguais. Mas a luta não para e o fim deles chegará.
Um beijo.
Sao todos formatados,instruidos a defender a mesma classe,portanto,só é enganado quem quer e alguns que andam distraidos gostam de ser enganados.
samuel: grande verdade.
Um abraço.
Maria: não tenhas dúvida.
Um beijo grande.
cid simões: a preparar futuros passos em frente...
GR: estou certo de que a Greve Geral vai ser em cheio.
Um beijo.
Graciete Rietsch: por isso eles têm tanto medo da luta...
Um beijo.
Olinda: «quem quer» ou quem é «empurrado» para o engano...
Enviar um comentário