SEIS QUADRAS
Sou um dos membros malditos
dessa falsa sociedade
que, baseada nos mitos,
pode roubar à vontade...
Tu que vives na grandeza,
se calçasses e vestisses
daquilo que produzisses,
andavas nu, com certeza.
O pouco que te sobeja
dás mas a gente percebe
que isso é mais p'ra quem te veja
do que p'ra quem o recebe.
Numa ambição desmedida
a gente grande quer ter
dois céus: - um cá nesta vida,
outro depois de morrer.
Os que vivem na grandeza
dizem, vendo alguém subir:
- há que manter a pobreza,
p'rá grandeza não cair.
Tu fazes a vida inteira
esgares junto ao altar,
porque vês nisso a maneira
de viver sem trabalhar.
António Aleixo
5 comentários:
As quadras do "Aleixo"
Deixam-me sempre a pensar
Ele via tal como eu vêjo
mas eu, não consigo acertar.
A poesia popular
É livre,não tem fronteiras
Não tem medo de afrontar
As suas balas são certeiras.
Abraço
Ps (salvo seja) obrigado por teres postado o meu poeta António Aleixo!
Este tal de Aleixo "faz-se"!... Onde é que vai buscar estas ideias?!...
Abraço
A sabedoria do António Aleixo...
Às vezes dou por mim a pensar como seriam hoje os poema do Zé Carlos, do Aleixo, do O'Neill, de outros poetas que escreveram a nossa realidade de uma forma tão verdadeira e inteligente...
Um beijo
Este Aleixo não seria um perigoso terrorista?!... Os herdeiros dos assassinos de Jesus de nazaré continuam organizados como sacerdotes e outras funções damesma laia e caso possam também nos crucificarão.
josé manangão: creio que era isso mesmo que o Aleixo queria: deixar as pessoas a pensar...
Um abraço.
samuel: só ele sabia... (saberia?)...
Um abraço.
maria: aí está uma questão importante: a generalidade da poesia que hoje é escrita anda muito arredada da vida, dos problemas, dos sonhos dos homens...
Um beijo.
antuã: só não está na célebre lista made in usa porque fisicamente já morreu...
Um abraço.
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