É PRECISO ESTAR CEGO
É preciso estar cego
ou ter nos olhos aparas de vidro,
cal viva,
areia a ferver,
para não ver a luz que brota em nossos actos,
que ilumina por dentro a nossa língua,
a nossa palavra diária.
É preciso quere morrer sem um sinal de glória e de alegria,
sem participação nos hinos futuros,
sem ficar na lembrança dos homens que hão-de julgar o passado
sombrio da Terra.
É preciso querer já em vida ser passado,
obstáculo sangrento,
coisa morta,
seco olvido.
Rafael Alberti
5 comentários:
Porém, infelizmente, é o que se vai passando...
Até quando?
Um dia os olhos, todos os olhos, abrir-se-ão...
Um beijo grande
Como mudar o que se vê todos os dias?
CHAGAS E MAZELAS
São as vagas de terror,
Traições, hipocrisias,
Em número assustador
Chagas dos nossos dias.
E o homem se interroga
É um beco sem saída;
O flagelo da droga
E o problema da sida.
Os crimes organizados,
O fanatismo, a poluição,
Desemprego e atentados,
A fome, a prostituição.
A guerra, a violência,
O sangue no asfalto,
Suicídio, delinquência,
A vida em sobressalto.
É o álcool, o tabaco,
Idosos ao abandono.
Só faltava o buraco
Na camada do ozono.
Crianças desprotegidas,
Oprimidas, exploradas,
Violadas e agredidas,
Carentes e maltratadas.
Vândalos e marginais
E tantas outras mazelas
Tão cruéis e tão brutais
Melhor é nem falar nelas.
José Nunes dos Santos
P.S.
-Não considero este poema com muito valor poético mas é realista.
-Não com concordo com o último verso.É preciso falar muito nestes problemas e procurar minimizá-los e porque não, lutar para acabar com eles.
samuel: são muitos os cegos...
Um abraço.
josé manangão: até... qualquer dia...
Um abraço.
maria: e esse será o nosso dia, o dia novo..
Um beijo.
maria teresa_ totalmente de acordo. Mesmo assim, ainda bem que o trouxe aqui.
Um beijo amigo.
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