POEMA

AVÔ

O avô estava a olhar para longe
longe
para tão longe daqui

- Para onde estás a olhar, avô?

- Estou a olhar para ti.


Mário Castrim

8 comentários:

Anónimo disse...

Que saudades eu tenho deste Senhor!
Comprava todas as semanas o "Tal e Qual" do qual, até nem gostava muito, para ler as suas críticas. Também nem sempre concordava com ele, mas "adorava" o seu poder de visão, a sua pronta resposta, a sua vasta cultura, a sua "teimosia"...

Anónimo disse...

Com o perigo de ser "saneada" deste cantinho, vou arriscar.

"NO MEIO DO CAMINHO
No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.

Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida das minhas retinas fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra."

Drummond

Fernando Samuel disse...

maria teresa: que saudades NÓS temos deste Senhor!

Aqui não há «saneamentos» nem saneamentos... muito menos para quem entra pela porta larga e bela da Poesia, e nos traz Gedeão, Lorca e, até ver, Drummond...
(este Drummond que é, como não poderia deixar de ser, presença certa no Cravo de Abril)

Volte sempre - com mais poemas, se possível...

samuel disse...

Nem todos têm a "arte" de olhar realmente para o futuro...

Fernando Samuel disse...

samuel: que não é pequena arte...
Um abraço.

Maria disse...

Que beleza de poema... o avô a olhar o futuro...

Obrigada, saio daqui comovida, para não dizer com lágrimas que mal me deixam ver o teclado...

Um beijo enorme

Anónimo disse...

Quem é avô tem futuro. que as mercedes e as Anas continuem a luta do avô.

Fernando Samuel disse...

maria: um beijo grande para ti.

antuã:... e tem netas com futuro...