POEMA

JOEIRA!

ATÉ quando te calarás, povo?
Até quando te quedarás irresoluto?
Até quando te verei receoso?
Até quando serás ingénuo?
Até quando escutarás
os pregadores
que exploram
a tua inefável candura?

Mestres e guias infalíveis...?
Há-os de voz potente
e de botas ferradas;
há-os mais suaves,
até angélicos
e muito sábios...
Há os que usam, com palavras demasiado escolhidas,
a tua língua.

Joeira, povo,
com uma peneira finíssima
e esfrega a pele
nos cardos que te rodeiam
até que a dor se torne insuportável,
até sentires a dor soar
como um clarim de combate.

Félix Cucurull

3 comentários:

Anónimo disse...

Grande e belo convite à insurreição!

Maria disse...

Não conhecia este autor (que imagino ser da américa latina, pelo nome).
Obrigada pelo belo poema que nos deixas, Fernando Samuel.

Um beijo

Fernando Samuel disse...

josé manangão: sem dúvida!
Um abraço.

maria: é um excelente poeta e romancista catalão.
Um beijo.