O Público de ontem noticiava, em manchete, que a economia portuguesa, resistindo à crise geral, emergia das economias europeias como notável excepção.
O Público de hoje, na primeira página, noticia que «Desemprego voltou a descer no segundo trimestre e economia portuguesa escapou à recessão» - e, no desenvolvimento da notícia, já em letra pequena, diz que quem o diz é «Teixeira dos Santos, ministro das Finanças»...
Ficamos, assim, informados - em primeira página - sobre o estado da Nação...
No entanto, no Editorial desta mesma edição do Público podemos ler:
«Sobre economia deste Governo já ouvimos quase tudo: um ministro da Economia dizer que "a crise acabou", um primeiro-ministro a fazer um alerta aos agentes económicos, dizendo que "vamos passar por dificuldades sérias, atingindo todos os sectores da economia", e agora um ministro das Finanças, confiante, prever que "a economia portuguesa vai continuar a demonstrar a sua capacidade de resistência e de dinamismo!» - após o que o editorialista conclui que «o optimismo ontem revelado pelo Governo é, por isso, o sinal negativo do regresso a um desencontro com a realidade», etc, etc.
Afinal em que ficamos, ó Público?: na primeira página, em letras garrafais, festejas, com foguetório de romaria, os êxitos da economia portuguesa; e lá dentro, em letra pequena, não apenas dizes o contrário como criticas severamente as declarações do ministro das Finanças que originaram a manchete...
O que é que isto quer dizer, ó Público?
Que critérios informativos e de respeito pelos leitores que te compram são os teus?
Estás a gozar com o pagode, ou quê?
Assim não vale, ó Público!
5 comentários:
O dono privado do "público" deve estar convencido de que capas agrestes para com Sócrates e o governo devem ter alguma culpa na sua "inquietante" perda do lugar de homem mais rico do país...
Vai começar pelas manchetes, para experimentar... e se afinal "eles" lerem os interiores, mudam-se também!...
samuel: simples: o jornal será o que ao dono interessar que seja...
Um abraço.
A mim cheira-me a uma desesperada tentativa de "calar o pagode", pois as férias estão a acabar e as lutas vão crescer...
A tv até deu em directo umas palavras do ministro, que interrompeu as férias (vejam lá) para vir contratular-se com as "melhoras" da economia...
Isto tudo cheira a esturro, e não é por acaso...
Um beijo
os vendedores de banha de cobra nunca se preocuparam com a coerência mas com a melhor forma de enganar o Zé povinho.
maria: esturro é o cheiro habitual que vem daqueles lados...
Um beijo.
antuã: por iso são vendedores de banha de cobra...
Um abraço.
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