O Procurador Geral da República disse, há dias, que pensa ter o seu «telemóvel sob escuta».
Vinda de quem vem, a revelação é alarmante. Mais do que isso: arrepia.
Dois dias depois, disse o Ministro da Justiça: «Se eu tivesse conhecimento de escutas à margem da lei, faria imediatamente uma participação ao Procurador Geral da República».
Das palavras do Ministro deduz-se, em primeiro lugar, que ele não tem «conhecimento de escutas à margem da lei» - o que, em princípio, pode ser reconfortante.
Todavia, o que resta da ministerial declaração é mais do que alarmante: confirmando-se a suspeita do PGR, a escuta ao seu telemóvel estaria a ser feita dentro da lei. O que é arrepiante.
Tudo isto dá que pensar. Tudo isto dá credibilidade ao que por aí se diz sobre volume, métodos e, até, destinos de escutas telefónicas.
E tudo isto suscita uma série infindável de arrepiadoras perguntas:
Quantos telefones estão sob escuta permanente no nosso País? (é verdadeiro o número de dezenas de milhares de que se fala?)
Quantos telefones estão, alternadamente, sob escuta? (é verdadeiro o número de centenas de milhares de que se fala?)
Todas as escutas efectuadas são, apenas e só, referentes a processos de investigação criminal?
A decisão sobre quem deve ser escutado é, sempre, tomada por quem realmente tem poderes para tal?
Que garantias há de que muitas (ou algumas) dessas escutas não são feitas e depois utilizadas para outros fins? (eu explico melhor: alguém me garante que, hoje, 26 de Outubro de 2007, não há cidadãos e cidadãs a sofrerem consequências de, por exemplo, conversas telefónicas sobre as suas vidas íntimas terem sido escutadas à margem da lei?)
E, penúltima pergunta: quem é que escuta os que mandam escutar?
E, última pergunta: sobra alguém para escutar... os que escutam?
Por mim, estou em crer que, comparado com Portugal-2007, o universo concentracionário ficcionado por Orwell no seu «Big Brother», não passava de um cândido acampamento de escutas...
Vinda de quem vem, a revelação é alarmante. Mais do que isso: arrepia.
Dois dias depois, disse o Ministro da Justiça: «Se eu tivesse conhecimento de escutas à margem da lei, faria imediatamente uma participação ao Procurador Geral da República».
Das palavras do Ministro deduz-se, em primeiro lugar, que ele não tem «conhecimento de escutas à margem da lei» - o que, em princípio, pode ser reconfortante.
Todavia, o que resta da ministerial declaração é mais do que alarmante: confirmando-se a suspeita do PGR, a escuta ao seu telemóvel estaria a ser feita dentro da lei. O que é arrepiante.
Tudo isto dá que pensar. Tudo isto dá credibilidade ao que por aí se diz sobre volume, métodos e, até, destinos de escutas telefónicas.
E tudo isto suscita uma série infindável de arrepiadoras perguntas:
Quantos telefones estão sob escuta permanente no nosso País? (é verdadeiro o número de dezenas de milhares de que se fala?)
Quantos telefones estão, alternadamente, sob escuta? (é verdadeiro o número de centenas de milhares de que se fala?)
Todas as escutas efectuadas são, apenas e só, referentes a processos de investigação criminal?
A decisão sobre quem deve ser escutado é, sempre, tomada por quem realmente tem poderes para tal?
Que garantias há de que muitas (ou algumas) dessas escutas não são feitas e depois utilizadas para outros fins? (eu explico melhor: alguém me garante que, hoje, 26 de Outubro de 2007, não há cidadãos e cidadãs a sofrerem consequências de, por exemplo, conversas telefónicas sobre as suas vidas íntimas terem sido escutadas à margem da lei?)
E, penúltima pergunta: quem é que escuta os que mandam escutar?
E, última pergunta: sobra alguém para escutar... os que escutam?
Por mim, estou em crer que, comparado com Portugal-2007, o universo concentracionário ficcionado por Orwell no seu «Big Brother», não passava de um cândido acampamento de escutas...
1 comentário:
Quem diz (PGR, ministros & Cª) que não sabe se é escutado, Mente!
Contudo, acredito que muitos que estão à escuta, não sabem que também estão a ser escutados!
Até lemos as escutas nos jornais e nenhuma delas foi desmentida!
A política do “há um ouvido em cada esquina” , “até as paredes têm ouvidos”, voltou novamente!
Instalou-se a desconfiança, o medo a suspeição quem ouve quem! Todos sabemos que alguém ouve! Para quê? O quê? Qual o conteúdo que mais interessa? Só o SIS e afins o podem dizer!
É tristemente grave e preocupante, chegarmos a esta situação!
GR
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