Ainda mais sobre a PIDE

Na sequência do último artigo "A História da PIDE" e porque hoje é o aniversário da fundação da Polícia Internacional e de Defesa do Estado deixo mais dados desta organização que torturou e assassinou. Aqui. Em Portugal.

Ficou conhecida por PIDE (sigla de Polícia Internacional e de Defesa do Estado), a principal organização responsável pela polícia política do Estado Novo em Portugal, apesar de esta designação só ter vigorado oficialmente entre 1945 e 1969. Herdou a estrutura, métodos e funções da anterior polícia política, a PVDE (sigla de Polícia de Vigilância e Defesa do Estado), criada em 1933 durante a institucionalização do Estado Novo. A função da PIDE ia muito mais além da de polícia política, sendo igualmente responsável pelo controlo de estrangeiros e fronteiras, pela informação e contra-espionagem, pelo combate ao terrorismo e pela investigação de crimes contra a segurança do estado.

A Polícia Internacional e de Defesa do Estado (PIDE) foi criada em Portugal em 22 de Outubro de 1946, sendo apresentada como um "organismo autónomo da Polícia Judiciária", nos moldes da Scotland Yard. Na realidade tratou-se de uma polícia política que teve como principal função a repressão de qualquer forma de oposição ao Estado Novo de Oliveira Salazar.

A PIDE exercia actividade em todo o território português no sentido de evitar dissidências nas organizações civis e militares, usando meios e métodos baseados nas técnicas alemãs aplicadas na Gestapo, é considerada por muitos historiadores uma das policias mais eficientes de sempre. Justificava as suas actividades com o combate ao internacionalismo proletário e comunismo internacional. Em 24 de Setembro de 1969 a PIDE foi extinta por Marcello Caetano, sendo substituida pela Direcção-Geral de Segurança (DGS), que por sua vez foi extinta na sequência da Revolução dos Cravos em 25 de Abril de 1974.

A PIDE era temida pela utilização da tortura e foi responsável por alguns crimes sangrentos, como o assassinato do militante do Partido Comunista Português (PCP) José Dias Coelho e do General Humberto Delgado. Este último foi atraído para uma emboscada, só possível pela introdução de informadores nas organizações que o general liderava ou na sua teia mais íntima de relações pessoais, ultrapassando mesmo as fronteiras nacionais (não só o crime foi cometido em território espanhol como os informadores se encontravam instalados no Brasil, na França e na Itália).

Durante as guerras coloniais, a polícia política, até aí virtualmente ausente dos territórios africanos, assumiu nos três teatros de operações a função de serviço de informações e, constituindo, enquadrando e dirigindo milícias próprias, compostas por africanos, por vezes desertores das guerrilhas, colaborou com as forças militares no terreno. Neste âmbito, poderá a sua acção ter também ultrapassado as fronteiras; com efeito, são-lhe atribuídas responsabilidades, quer no atentado que vitimou o dirigente da FRELIMO Eduardo Mondlane, quer na manipulação dos descontentes do PAIGC que, num "golpe de Estado" dentro do partido, assassinaram o dirigente independentista Amílcar Cabral.


Fonte: Wikipédia

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