O FASCISMO EXISTIU...

... E A PIDE MATAVA



No dia 13 de Fevereiro de 1965, a PIDE assassinou o general Humberto Delgado, junto à fronteira de Olivença, na sequência de uma cilada minuciosamente organizada.
O corpo do general Delgado, bem como o da sua secretária (que o acompanhava), foram descobertos dois meses depois em Villanueva del Fresno.

Na altura, o regime fascista, através dos média então dominantes, divulgou a atoarda de que o general havia sido assassinado por sectores da oposição ao regime, designadamente a Frente Patriótica de Libertação Nacional (FPLN) e o PCP.

Por seu lado, o Avante! - único jornal no País que não se submetia à censura fascista - publicava, na sua edição de Maio de 1965, um Comunicado do Secretariado do Comité Central do PCP, no qual podia ler-se, a dada altura: «(...)Muitos factos parecem indicar que o general Delgado foi atraído a uma armadilha cuidadosamente preparada pela PIDE, através de pessoas que gozavam da confiança do general. Em diversas notícias e apreciações de pessoas que eram representantes do general Delgado em várias cidades estrangeiras existem inexactidões, omissões e contradições estranhas e suspeitas que necessitam ser esclarecidas. A coincidência de certas acusações que alguns desses elementos, por um lado, e as autoridades e propaganda franquista e salazarista, por outro, fazem à FPLN e ao Partido Comunista Português, fortalecem a ideia das responsabilidades de ordem diversa desses elementos no fim trágico do general Delgado».
O apuramento posterior dos factos viria a confirmar esta apreciação do PCP.

Recorde-se que a brigada da PIDE que montou o cerco ao General sem Medo, era dirigida pelo sinistro Rosa Casaco. E que o assassino de serviço foi o pide Casimiro Monteiro.

5 comentários:

Anónimo disse...

Fernando samuel
É revoltante saber que pessoas com responsabilidades, ainda tentem desculpar, ou branquear essa tenebrosa PIDE.
Muita gente não tem a noção de como ficava um residência depois de revistado por esses cães.
Quem lhes caisse nãs mãos, era candidato/a a mártir!
O próprio cinema ainda não fez o filme que retrate,com verdade e eficácia, o que foi a barbárie praticada por esses algozes.
Abraço
José Manangão

GR disse...

Como foi possível depois do 25 de Abril, um dos assassinos ter dado entrevistas em todos os órgãos de comunicação social? Refiro-me concretamente a Rosa Casaco com direito a fotografia na capa de uma revista semanal. Calmamente falou na tv e riu, ao recordar a PIDE e as suas vítimas.
A PIDE existiu!
Na net O Cravo de Abril e tantos outros blog’s estão presentes, para desmascarar este infame branqueamento.

Viva Abril, Sempre!

GR

Anónimo disse...

o fascismo ronda-nos por todos os lados. Temos que ser vigilantes

samuel disse...

Morei numa casa que tinha regularmente os livros, discos (e papelada em geral), cuidadosamente "reorganizados" por elementos dessa prestimosa organização.
Era sempre uma tarde bem passada! "Olá então por cá outra vez?" para lá, "Então adeus e até à próxima" para cá... acabei convidado a passar uns dias em regime de pensão completa e voluntários para "conversar" comigo durante a noite...
Claro que não existiram!... Estas histórias (mesmo as insignificantes, como a minha) são todas de pessoas que já estão a ir para velhotes e "inventam" muito!

Muitas vezes, nem sei bem o que pensar dos "branqueadores"... e vem-me à memória o Zeca:

"No Inverno ganhei ódio
e juro que o não queria
no Inverno ganhei ódio
Qualquer dia! Qualquer dia!..."


Abraço

Fernando Samuel disse...

josé manangão: os que procedem ao branqueamento do fascismo e da pide, são os que sonham, ainda, com o seu regresso... devidamente adaptado aos tempos actuais.
Abraço.

antuã: ele deixou sementes que, se deixarmos, voltarão a germinar. Cuidado!
Abraço.

samuel: não, não, nada disso existiu, está-se mesmo a ver que tudo o que se diz não passa de propaganda comunista.
Abraço.