JOGOS DE CASINO

ACEITAM-SE APOSTAS


O Público de hoje, fornece novos dados sobre o espantoso processo traduzido na generosa oferta do edifício do Casino Lisboa à Sociedade Estoril Sol.
Eis algumas datas. E alguns nomes.

Julho de 2004: é decidido que o Casino Lisboa vai funcionar num edifício - propriedade do Estado - no Parque das Nações.

Dezembro de 2004: o artigo 27 de um despacho «aprovado em Conselho de Ministros (...)- presidido pelo então primeiro-ministro Santana Lopes - e promulgado pelo Presidente da República Jorge Sampaio», acaba com a «regra da reversão para o Estado das instalações dos casinos».

Fevereiro de 2005: o inspector-geral de Jogos, Joaquim Caldeira, invocando esse artigo 27, esclarece Mário Assis, da Estoril Sol de que o edifício do Casino Lisboa deixa de ser propriedade do Estado e passa a ser propriedade da Estoril Sol.

No dia seguinte ao esclarecimento do inspector-geral de Jogos - melhor dizendo: na longa noite dos 300 despachos - o ministro do Turismo, Telmo Correia, com a simples aposição da palavra «visto» num canto do documento e do pedido de que se desse «conhecimento da decisão ao requerente», oficializava a transferência de propriedade do edifício.

Simples, tudo muito simples, como se vê.

Telmo Correia esclarece, entretanto, que - ao contrário do que o «antigo ministro da Economia de Durão Barroso, Carlos Tavares, disse ontem ao Expresso, «existia um compromisso entre o Governo de Durão Barroso e a concessionária do casino no sentido de esta ficar com as propriedade total do edifício».

Em resumo:
Durão Barroso, antes de abandonar o barco e fugir para a Europa, prometeu o edifício à Estoril Sol.
Santana Lopes e os seus rapazes, que substituíram Barroso, aprovaram o despacho que oficializava a oferta.
Jorge Sampaio promulgou o despacho.
Joaquim Caldeira «esclareceu» a situação.
Telmo Correia «apôs a palavra 'visto'»
A Sociedade Estoril Sol ficou satisfeita.
O Estado ficou defraudado.

E agora?
O «negócio» é anulado ou fica tudo em águas de bacalhau?
Aceitam-se apostas...

6 comentários:

Anónimo disse...

Mas, alguém tem dúvidas que: fica tudo em águas de bacalhau!
Num Estado de direito estes ladrões já estavam todos presos?
Que moralidade tem este e outros DESgovernos, para exigir que os cidadãos cumpram com os seus deveres fiscais?
Será que: quém votou nestes ladroões não sente problemas de consciência?
-e ainda somos nós (povo)que tem de pagar aos polícias que protegem estes ladrões, até quando?
Ontem, (sábado) ao ver a multidão,ás portas da estação do Rossio, para assistir á inauguração do tunel, pensei " aquí e agora é que se impunha uma distribuição de panfletos, divulgando estas e outras verdades...agitar é preciso!
Só uma minoria tem acesso á net,é necessário ir ao encontro das pessoas,combater aquela frase batida""eles são todos iguais" NÂO, UNS VÃO PARA O DESGOVERNO SÓ PARA ROUBAREM O POVO, OUTROS NÃO! Este partido dito socialista é o campião dos truques e golpes baixos lado alado com o irmão gémio PSD.
Dia 1de Março, lá estaremos Até lá
José Manangão

Anónimo disse...

Eu a pensar que já tinha visto quase tudo, que nada já me admirava, fico estupefacto quando vejo os dirigentes do CDS/PP muito conteninhos da vida a mandar bitaites moralistas sobre tudo e todos. É talvez o partido com menos sentido de Estado, com mais falta de vergonha no desrespeito das regras democráticas (enfim,não falemos agora de outros)que passou pelo governo deste triste país. O que teremos ainda que aguentar?

samuel disse...

Eu vou pelas "águas de bacalhau", assenta aí no caderninho das aposta, se faz favor... :)

Abraço.

GR disse...

Águas de bacalhau, os casinos são o poder!

GR

Anónimo disse...

É um tal roubar. é fartar vilanagem! parece ter razão quem dizia que o direito foi feito para defender os criminosos.

Fernando Samuel disse...

josé manangão: apostas nas «águas de bacalhau» e o mais certo é ganhares.

aristides: muito, muito «teremos ainda que aguentar»... lutando sempre, é claro.

samuel: já assentei «no caderninho» mesmo ao lado da minha aposta...

gr: «águas de bacalhau« pois claro...

antuã: a justiça dominante é a justiça da classe dominante...