O PASSADO, O PRESENTE E O FUTURO
«O PCP tem consigo, como prova de mérito e como marca profunda na sua existência, o valor do seu passado de luta nas condições do terror fascista e da sua actividade dedicada e coerente nos onze anos decorridos desde o 25 de Abril de 1974.
Na sequência dessa existência e dessas provas, afirma-se, na vida nacional presente, como o grande partido dos trabalhadores, do povo, da democracia, de Portugal de Abril e das suas conquistas.
São credenciais que nenhum outro partido pode apresentar ao povo português.
Todos os partidos que existiam na altura do golpe militar de 28 de Maio de 1926 desapareceram da cena política nacional.
O Partido Democrático e o Partido Republicano cessaram de seguida as suas actividades. O Partido Socialista decidiu em 1933 a sua autodissolução. As organizações anarquistas, depois de uma efémera reanimação nos anos da Guerra Civil de Espanha (1936/1939), foram destroçadas e liquidadas pela repressão. Antifascistas de várias tendências formaram por vezes grupos mais ou menos activos. Mas, com excepção do PCP, os partidos políticos desapareceram completamente no tempo da ditadura. O actual Partido Socialista, que invoca a sua suposta existência anterior ao 25 de Abril, só em 1973, já nas vésperas do derrubamento da ditadura, foi constituído na República Federal da Alemanha.
Assim, nos 48 anos de ditadura fascista, o PCP foi praticamente o único partido existente, o único a conduzir de forma organizada, permanente e contínua a luta em defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo e do País, o único a travar uma luta sem tréguas pela liberdade e a democracia.
Os comunistas pagaram a sua dedicação com pesados sacrifícios. Vidas inteiras consagradas à luta clandestina. Milhares de homens e mulheres perseguidos, presos, torturados, encerrados nas prisões durante longos anos. Alguns mais de 20 anos. Alguns, conhecidos e procurados pela PIDE, mantendo-se clandestinamente no País até 20, até 30 anos. Numerosos militantes assassinados nas prisões, ou com torturas, ou a tiro.
Qualquer balanço objectivo da resistência antifascista obriga a concluir que, nos duros tempos da ditadura, os comunistas foram o destacamento de combate, o braço, a vanguarda, a honra, a consciência do povo português na luta pela liberdade.
Nos anos dedorridos desde o 25 de Abril, tanto no exaltante fluxo revolucionário de 1974/1975, como ante as ofensivas contra-revolucionárias desde então desencadeadas por sucessivos governos, os comunistas estiveram à altura das suas heróicas tradições e das suas responsabilidades. Nestes 11 anos de luta entre as forças da restauração monopolista e as forças voltadas para o progresso social e o bem-estar do povo, o PCP foi o único partido que sempre esteve com os trabalhadores e as massas populares, na defesa dos seus interesses vitais, dos seus direitos e das suas aspirações. O PCP tornou-se o único grande partido defensor da Revolução de Abril e das suas conquistas. O único verdadeiro e real defensor do regime democrático e da independência nacional.
O PCP confirma no presente todo o seu glorioso passado. Passado e presente creditam a sua futura acção.
O balanço do passado, a actividade presente e a previsão do futuro definem a importância, o papel e o valor do PCP na vida nacional.
O passado é a prova, o presente o testemunho, o futuro a confiança.
A perspectiva histórica de um partido afere-se pelo que fez, pelo que faz e pelo que mostra estar em condições de fazer. Afere-se pela ligação do seu ideal, dos seus objectivos, da sua acção à classe ou classes às quais historicamente o futuro pertence.
Neste duplo aspecto se afere e revela a perspectiva do PCP e se fundamenta a sua profunda e inabalável confiança no futuro.»
Álvaro Cunhal
(in «O Partido com Paredes de Vidro», edições Avante!, 1985)
«O PCP tem consigo, como prova de mérito e como marca profunda na sua existência, o valor do seu passado de luta nas condições do terror fascista e da sua actividade dedicada e coerente nos onze anos decorridos desde o 25 de Abril de 1974.
Na sequência dessa existência e dessas provas, afirma-se, na vida nacional presente, como o grande partido dos trabalhadores, do povo, da democracia, de Portugal de Abril e das suas conquistas.
São credenciais que nenhum outro partido pode apresentar ao povo português.
Todos os partidos que existiam na altura do golpe militar de 28 de Maio de 1926 desapareceram da cena política nacional.
O Partido Democrático e o Partido Republicano cessaram de seguida as suas actividades. O Partido Socialista decidiu em 1933 a sua autodissolução. As organizações anarquistas, depois de uma efémera reanimação nos anos da Guerra Civil de Espanha (1936/1939), foram destroçadas e liquidadas pela repressão. Antifascistas de várias tendências formaram por vezes grupos mais ou menos activos. Mas, com excepção do PCP, os partidos políticos desapareceram completamente no tempo da ditadura. O actual Partido Socialista, que invoca a sua suposta existência anterior ao 25 de Abril, só em 1973, já nas vésperas do derrubamento da ditadura, foi constituído na República Federal da Alemanha.
Assim, nos 48 anos de ditadura fascista, o PCP foi praticamente o único partido existente, o único a conduzir de forma organizada, permanente e contínua a luta em defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo e do País, o único a travar uma luta sem tréguas pela liberdade e a democracia.
Os comunistas pagaram a sua dedicação com pesados sacrifícios. Vidas inteiras consagradas à luta clandestina. Milhares de homens e mulheres perseguidos, presos, torturados, encerrados nas prisões durante longos anos. Alguns mais de 20 anos. Alguns, conhecidos e procurados pela PIDE, mantendo-se clandestinamente no País até 20, até 30 anos. Numerosos militantes assassinados nas prisões, ou com torturas, ou a tiro.
Qualquer balanço objectivo da resistência antifascista obriga a concluir que, nos duros tempos da ditadura, os comunistas foram o destacamento de combate, o braço, a vanguarda, a honra, a consciência do povo português na luta pela liberdade.
Nos anos dedorridos desde o 25 de Abril, tanto no exaltante fluxo revolucionário de 1974/1975, como ante as ofensivas contra-revolucionárias desde então desencadeadas por sucessivos governos, os comunistas estiveram à altura das suas heróicas tradições e das suas responsabilidades. Nestes 11 anos de luta entre as forças da restauração monopolista e as forças voltadas para o progresso social e o bem-estar do povo, o PCP foi o único partido que sempre esteve com os trabalhadores e as massas populares, na defesa dos seus interesses vitais, dos seus direitos e das suas aspirações. O PCP tornou-se o único grande partido defensor da Revolução de Abril e das suas conquistas. O único verdadeiro e real defensor do regime democrático e da independência nacional.
O PCP confirma no presente todo o seu glorioso passado. Passado e presente creditam a sua futura acção.
O balanço do passado, a actividade presente e a previsão do futuro definem a importância, o papel e o valor do PCP na vida nacional.
O passado é a prova, o presente o testemunho, o futuro a confiança.
A perspectiva histórica de um partido afere-se pelo que fez, pelo que faz e pelo que mostra estar em condições de fazer. Afere-se pela ligação do seu ideal, dos seus objectivos, da sua acção à classe ou classes às quais historicamente o futuro pertence.
Neste duplo aspecto se afere e revela a perspectiva do PCP e se fundamenta a sua profunda e inabalável confiança no futuro.»
Álvaro Cunhal
(in «O Partido com Paredes de Vidro», edições Avante!, 1985)
5 comentários:
Faz parte da minha biblioteca!O autor personifica a superioridade moral dos comunistas!
Alvaro Cunhal é uma enorme referência do comunismo Internacional!
José Manangão
Tenho a certeza que amanhã vamos honrar e fazer mais uma pagina da história deste partido, partido de todos os trabalhadores e democratas portugueses mas também, se me permitem, partido de Alvaro Cunhal
josé manangão: um livro de (re)leitura obrigatória, este cujo autor «é uma enorme referência do comunismo internacional»
Abraço e até logo.
crixus: «partido de Álvaro Cunhal», sem dúvida: porque sem o Álvaro este Partido não seria exactamente... o que é (por muito que certas pessoas não gostem de ouvir isto)
Abraço e até logo.
O nosso camarada Álvaro continua a dar-nos todas as referências necessárias para prosseguirmos esta dura batalha.
(re)leitura obrigatória, encontramos sempre novas reflexões.
Para além de todos o nosso querido camarada Álvaro estará também na Marcha!
GR
gr: estando lá o Partido está lá o Álvaro.
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