POEMA

(A meu lado na carruagem-restaurante,
um pedante faz muitos gestos para exibir
o brasão do anel.)


Também tenho brasão.
Este:

Em campo agreste,
oculta na bainha,
uma espada
com altivez de cipreste
- a lutar sozinha
contra a morte a fingir de acordada.

(Lema do meu brasão)

Viva a solidão!
que cerra mais e mais
os punhos dos homens
- para terem a ilusão
dos dedos iguais.


José Gomes Ferreira

2 comentários:

Anónimo disse...

Caro amigo,

Esta manhã, como por magia, consegui comprar a fotobiografia de José Gomes Ferreira, na feira da ladra, por apenas € 2,5.

Já lá tinha estado um negociante que não se interessou. Foi a minha sorte.

Depois, tinha duas opções de leitura: ou "Walt" de Fernando Assis Pacheco ou "Intervenção Sonâmbula" de José Gomes Ferreira. Decidi pelo último.

Boas coincidências fazem bons caminhos. Obrigado e um abraço.

(Jorge)

Graciete Rietsch disse...

Brasões são as mãos de quem trabalha(qualquer tipo de trabalho)

Um beijo.