POEMA

NA FÁBRICA ONDE EU TRABALHAVA


na fábrica onde eu trabalhava havia muito frio
mas os meus camaradas sorriam e contávamos histórias uns aos outros
de vez em quando encandeávamo-nos e esfregávamos os olhos
depois olhávamos admirados a perfeição da soldadura

medíamos dobrávamos batíamos o ferro
e era como se pouco a pouco algo dentro de nós se construísse
tínhamos ali as nossas entranhas e o nosso jardim

e aquilo era como a nossa horta ou a nossa casa à hora do almoço

José Vultos Sequeira

4 comentários:

GR disse...

Os operários criavam!
Concebiam com dedicação, afinco e mestria, o trabalho que é arte.
Unidos pelas más condições e o cansaço, solidarizavam-se.
Faziam da Fábrica quase o seu lar, por um mísero salário,
enquanto o patrão dormia quente e se alimentava na abundância,
à custa da exploração do Operário!
Ainda hoje é assim!

GR

Anónimo disse...

O operário constrói sempre. ao mesmo tempo que produz bens constrói a amizade com os seus camaradas de trabalho.

Anónimo disse...

o último comentário é meu. Foi por distracção que foi sem a minha alcunha.

Anónimo disse...

Olha camarada , a perfeição da soldadura, equivale hoje à cegueira!
E perguntas-me tu...como é que um cabeleireiro de senhoras sabe disto?
Eu vou responder-te...é a riqueza do nosso Partido, onde aprendemos a ser solidários com os homens e com as profissões.
Possívelmente poucos conhecem o grande soldador mas todos conhecem o ( o grande empresário)que lhe sugou as mais valias,durante anos sem fim!
josé manangão