O VALENTÃO DAS DÚZIAS

SEGURO DE VIDA DE ESQUERDA

Ferro Rodrigues, dirigindo-se ao Governo, opinou que deve haver «menos arrogância quando se pede sacrifícios».
Note-se: não criticou os sacrifícios pedidos, disse apenas que um governo que pede sacrifícios não deve ser arrogante.

Mesmo assim, as declarações do ex-líder do PS foram vistas como um ataque ao Governo, e foram vários os dirigentes que vieram a terreiro em defesa da sua dama - alguns, na opinião do Público, «tentando suavizar as críticas de Ferro Rodrigues»; outros, na minha opinião, lembrando-lhe que se está lá fora, em Paris e bem pago, ao PS o deve, pelo que a sua postura deveria ser de agradecido e não de mal agradecido...

Outra foi, todavia, a posição do inevitável e tradicional Manuel Alegre: na sua inimitável voz de valentão das dúzias, o fogoso deputado rosa qualificou a atitude de Ferro de «conformista» face à política do Governo.
E declamou, vibrante: «Quando ele diz que não há alternativa, no fundo está de acordo com as políticas».
E clamou, épico: «Eu, como socialista, não me conformo que haja dois milhões de portugueses no limiar da pobreza, que as desigualdades se tenham aprofundado, nem compreendo estas medidas de fechar urgências por toda a parte, deixando as populações desprotegidas».

Ouvindo Alegre, dir-se-ia estarmos perante um activo opositor desta política de direita que há 31 anos flagela Portugal e os portugueses; um combatente denodado e intrépido na luta por uma política de esquerda.

Nada mais falso: Alegre é, hoje, o que sempre foi e, tudo o indica, sempre será: o conformado e conformista deputado que, nesses 31 anos, sempre apoiou, de facto, essa política de direita - sempre fingindo que não, sempre invocando, em voz forte e bem colocada, a sua condição de homem de esquerda.
Alegre é o deputado que, ainda recentemente, aprovou com o seu voto o Orçamento de Estado com o qual o Governo do seu partido vai prosseguir e agravar a situação dos que vivem «no limiar da pobreza»; vai «aprofundar as desigualdades»; vai continuar a «fechar urgências» - e vai continuar a fazer outras não menos graves malfeitorias.

E, assim sendo hoje e assim tendo sido sempre, Alegre é o mais antigo e fiel seguro de vida de esquerda do PS, enquanto exímio praticante de um conto de vigário com o qual tem vindo a alimentar o embuste de que o PS é um partido de Esquerda.

E ainda consegue convencer disso... os que disso querem estar convencidos.

6 comentários:

Anónimo disse...

Eu ignorava que a (ESQUERDA)tinha fantoches, mas ao ver estas fantochadas, começa a acreditar, e depois não gosto que me lixem, nem com voz doce.
Ó Fernando Samuel" O que eles querem se eu"
josé manangão

GR disse...

Alegre é um oportunista, é o que ele é!
Faz-me lembrar um leão com (voz) rugido bravo e forte.
O leão é um malandro oportunista, está sempre a descansar esperando que trabalhem para ele. Quando a leoa se irrita, ele baixa as orelhas!

O Ferro Rodrigues é… e ainda ….
Segunda-feira irá falar mais alto! Porque será?
Quando a dignidade não existe.
Realmente no ps…será que não há ninguém com o mínimo de decência?
Se a direita está com dificuldades, pois o ps ultrapassou-os, ficaram mais ao centro que o partido do governo.
Mais á direita que a direita, onde é?

(Peço desculpa aos simpáticos leões, por tal comparação)

GR

Anónimo disse...

Há gente que se sente alegre aldrabando os outros. É o que acontece com o deputado " mim ninguém me cala"! Como é que iriam calar uma peça que serve para que os incautos ainda pensem que há gente de esquerda no PS?!...

Fernando Samuel disse...

josé manangão: o que eles querem é... pois...

gr: sim , bem podias ter evitado essa ferroada nos simpáticos «lagartos»...

antuã: é esse, e só esse, o papel do Alegre.

Dois abraços e um beijo para vocês.

AGRY disse...

Em jeito de retribuição decidi passar por aqui. Já tinha percebido o que iria encontrar.
Quanto ao Manel Triste o que posso acrescentar?
Pessoalmente não costomo perder muito tempo com essa gente. O PS é,sempre foi, um partido da esquerda faz-de-conta. Recordo-me que há uns anos, só para dar um exemplo, J. Gama responde a um jornalista dizendo que não conhecia o Manifesto de K.Marx. Acontece que, nesta altura, o P.S. era suposto ser um partido de inspiração marxista! Mais palavras para quê?

Fernando Samuel disse...

agry: Sim, mais palavras para quê?

Obrigado pela visita.