«Onde está o PSD?» - pergunta Pacheco Pereira, no Público de hoje - «onde está Menezes, onde está a oposição vinda do partido que é suposto 'liderá-la, que não se vê em parte nenhuma».
Acusa Pacheco que o PSD - desde Santana Lopes a Menezes, passando por Marques Mendes - «aproximou-se politicamente do PS (...) abdicou da diferença, da alteridade, da oposição».
É claro que Pacheco sabe que o PSD não só nunca «liderou» como nunca foi, sequer, oposição à política dos vários governos do PS desde o primeiro chefiado por Mários Soares, em 1976.
E sabe, igualmente, que o mesmo se passou com o PS: nunca foi oposição à política dos vários governos do PSD.
Pela simples razão, num caso e no outro, de que não se pode ser oposição àquilo que se defende: a política de direita comum aos dois partidos.
Quanto à aproximação do PSD ao PS, a questão que se colocaria era a de saber quem é que se aproximou de quem - isto, se a questão não fosse, como é, irrelevante, na medida em que, nos últimos trinta e um anos, estes dois partidos têm estado tão unidos na aplicação da mesma política que bem se pode dizer que dessa união de facto nasceu esse monstro que é a política única praticada por um partido único bicéfalo.
Marques Mendes perdeu a liderança do PSD porque não foi capaz de bem cumprir a tarefa que lhe competia: fingir que era oposição - mas há que reconhecer que essa era uma tarefa ciclópica, tão longe foi Sócrates na sua ofensiva de direita contra a democracia económica, social, política e cultural.
Luís Filipe Menezes ganhou a liderança do PSD com a promessa de que agora é que o Sócrates vai ver como é, agora é que ele vai saber o que é oposição.
E a comunicação dita social, como lhe competia, dedicou parte grande do seu tempo e do seu espaço a alimentar essa patranha.
Mas patranhas dessas - mesmo com uma comunicação dita social e sem sombra de vergonha como a que por cá domina - têm um tempo de vida muito limitado.
E eis Pacheco Pereira - sempre no lugar certo à hora certa, sempre a apanhar a primeira carruagem do primeiro combóio na primeira paragem - a exigir «oposição» ao PSD.
E eis Menezes a ser acusado de não fazer... aquilo que, de facto, não pode fazer: oposição à política Sócrates/PS - porque essa é a política que Menezes/PSD faria se fosse primeiro-ministro, já que o grande capital que dá ordens ao governo do PS é o mesmo que daria ordens ao governo do PSD.
E lá veio Menezes, patético, dizer uma vez mais que agora é que vai ser: «a partir de Janeiro, vai começar o martírio para o primeiro-ministro (...) nem vai dormir de noite».
E para iniciar com o pé direito a martirização do primeiro-ministro, Menezes fez o que dele se esperava: exigiu aos deputados do PSD que votem contra a realização de um referendo sobre o Tratado.
Acusa Pacheco que o PSD - desde Santana Lopes a Menezes, passando por Marques Mendes - «aproximou-se politicamente do PS (...) abdicou da diferença, da alteridade, da oposição».
É claro que Pacheco sabe que o PSD não só nunca «liderou» como nunca foi, sequer, oposição à política dos vários governos do PS desde o primeiro chefiado por Mários Soares, em 1976.
E sabe, igualmente, que o mesmo se passou com o PS: nunca foi oposição à política dos vários governos do PSD.
Pela simples razão, num caso e no outro, de que não se pode ser oposição àquilo que se defende: a política de direita comum aos dois partidos.
Quanto à aproximação do PSD ao PS, a questão que se colocaria era a de saber quem é que se aproximou de quem - isto, se a questão não fosse, como é, irrelevante, na medida em que, nos últimos trinta e um anos, estes dois partidos têm estado tão unidos na aplicação da mesma política que bem se pode dizer que dessa união de facto nasceu esse monstro que é a política única praticada por um partido único bicéfalo.
Marques Mendes perdeu a liderança do PSD porque não foi capaz de bem cumprir a tarefa que lhe competia: fingir que era oposição - mas há que reconhecer que essa era uma tarefa ciclópica, tão longe foi Sócrates na sua ofensiva de direita contra a democracia económica, social, política e cultural.
Luís Filipe Menezes ganhou a liderança do PSD com a promessa de que agora é que o Sócrates vai ver como é, agora é que ele vai saber o que é oposição.
E a comunicação dita social, como lhe competia, dedicou parte grande do seu tempo e do seu espaço a alimentar essa patranha.
Mas patranhas dessas - mesmo com uma comunicação dita social e sem sombra de vergonha como a que por cá domina - têm um tempo de vida muito limitado.
E eis Pacheco Pereira - sempre no lugar certo à hora certa, sempre a apanhar a primeira carruagem do primeiro combóio na primeira paragem - a exigir «oposição» ao PSD.
E eis Menezes a ser acusado de não fazer... aquilo que, de facto, não pode fazer: oposição à política Sócrates/PS - porque essa é a política que Menezes/PSD faria se fosse primeiro-ministro, já que o grande capital que dá ordens ao governo do PS é o mesmo que daria ordens ao governo do PSD.
E lá veio Menezes, patético, dizer uma vez mais que agora é que vai ser: «a partir de Janeiro, vai começar o martírio para o primeiro-ministro (...) nem vai dormir de noite».
E para iniciar com o pé direito a martirização do primeiro-ministro, Menezes fez o que dele se esperava: exigiu aos deputados do PSD que votem contra a realização de um referendo sobre o Tratado.
3 comentários:
Sabem qual é a diferença entre o PS e o PSD?
Um tem "d" outro não!
Mais não há a dizer.
O João Filipe disse tudo.
GR
João e gr: exacto: PS(D) no poder há 31 anos.
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