FARSANTES

A CIMEIRA DA RECOLONIZAÇÃO


O colonialismo foi liquidado na segunda metade do século passado, graças à luta corajosa dos povos africanos e ao apoio decisivo dado a essa luta pela União Soviética.
Agora, quinze anos depois do derrube do primeiro país socialista do mundo, o colonialismo instala-se de novo - explorador, opressivo e repressivo - no continente africano.

Foi dessa recolonização que tratou a chamada Cimeira UE/África.

Impedir a evolução emancipadora dos povos africanos e - através de uma coisa que, pomposamente, designam por «ajuda ao desenvolvimento» - assegurar a rapina dos imensos recursos energéticos e de várias outras matérias primas de elevado valor industrial existentes naquela região do mundo: eis os objectivos reais da Cimeira.

O resto foi paleio: paleio pseudo democrático e pseudo humanista, por detrás do qual os representantes do grande capital internacional escondem as suas intenções de domínio do continente africano.


«Os direitos humanos são um património universal, que nos compete preservar e defender. Por isso, os direitos humanos estarão no centro da nossa agenda»: disse José Sócrates, na Cimeira.

Tocantes palavras as do primeiro-ministro.
E bom seria que Sócrates as levasse à prática. Começando cá por casa, por exemplo, onde os ditos direitos humanos andam pelas ruas da nossa amargura.

Aqui fica uma lista - incompletíssima, sublinhe-se - de sugestões para José Sócrates colocar no centro da sua agenda:
restituir o direito humano ao trabalho com direitos a todos os trabalhadores portugueses; restituir os direitos humanos aos dois milhões de portugueses que vivem na miséria; restituir o direito humano à comida aos mais de 200 mil portugueses que passam fome; restituir o direito humano a pensões e reformas dignas a milhões de portugueses indignamente tratados; restituir a todos os portugueses o direito humano à Saúde, ao Ensino, à Habitação.

E quanto aos direitos humanos em África, para os respeitar e defender basta a José Sócrates fazer aquilo que é seu dever: cumprir a Constituição da República Portuguesa - artigo sétimo, nomeadamente os pontos 1 e 2.

Assim, em matéria de direitos humanos, tanto para África como para Portugal, Sócrates deve pôr no centro da sua agenda o cumprimento da nossa Constituição - em vez de continuar a violá-la todos os dias, numa prática que coloca o seu governo fora da Lei Fundamental do País.


7 comentários:

Anónimo disse...

Quem fala assim, não é gago,o pior é que ,quem não tem vergonha, todo o Mundo é seu.
José Manangão

Anónimo disse...

Cimeira da recolonização em África e do negócio...
Bom post

GR disse...

Como é possível Sócrates falar dos Direitos Humanos?
Um dos homens que mais viola esses mesmos direitos no seu próprio país?
África após esta Cimeira está mais pobre! os portugueses mais pobres estão, também!

Um fim-de-semana chuvoso, onde lideres brincaram numa grande tenda à caridadezinha, deglutindo milhões. Antecipando um natal para os povos de África e Portugal, triste e despido dos bens mais elementares.

GR

Anónimo disse...

Para eles os Direitos humanos são os direitos sem fim dos capitalistas. para eles direitos humanos são a possibilidade de matar milhões e milhões de pessoas à fome ou através da guerra. para eles direitos humanos são a capacidade de roubar sem qualquer pudor.

Anónimo disse...

Excelente post. Parabéns.

Fernando Samuel disse...

Obrigado a todos pela visita. Até à próxima.

João Galamba disse...

Este post saiu no P2 do jornal Público Segunda-Feira passada.