Prioridades!

No começo de mais um Ano Lectivo, lá estão os mandatários do governo a marcar presença nas escolas, inédito pensam alguns, palhaçada pensamos nós.
Em prol do que eles chamam Plano Tecnológico da Educação, deslocam-se aos estabelecimentos com a maior cara de pau depois de falhas atrás de falhas nas mudanças introduzidas ao nível da Educação.

Não que não seja importante inovar e trazer as novas tecnologias às escolas, não que não seja importante promover o desenvolvimento das competências “digitais” de alunos e professores.

Então e os professores que ficaram de fora? Então e os professores que, por estranho que pareça, faltam nas escolas? É antagónico, pois, se há professores fora, como é que não os há dentro? E aqueles que fazem horários de 2h porque não encontram um lugar mais prolongado no contexto da educação? Ah! E aqueles que fazem quilómetros infindáveis, que deixam as famílias para trás para poderem trabalhar, quando na sua área de residência, por acaso, até existem duas ou três escolas, onde, por um lado, estão professores também deslocados, e por outro, até há escassez de professores?

Já para não falar dos alunos, que por vezes, são obrigados a percorrer grandes distâncias para exercer um direito, que não mostram interesse nem motivação pela frequência escolar, que pensando bem, da forma como nos é apresentada é realmente cansativa e aborrecida. Inventem-se novos métodos de estudo/ ensino/ aprendizagem, invista-se na construção de escolas, nos meios onde realmente elas são mais precisas, leve-se a educação aos meios que também precisam dela e mais dificilmente têm acesso, dinamize-se a coisa. Tira-se-lhes as escolas e os centros de saúde, e qualquer dia, teremos o Sahara Português. Estude-se a educação e os problemas com pés e cabeça, que talvez lhe vejamos crescer o cabelo, bonito e sedoso, preferíamos nós.

Ao invés, os nossos afamados dirigentes, preferem preocupar-se com outros assuntos que não o da mudança, diga-se profunda, do sistema educativo português, para que tudo se torne efectivamente mais eficiente, não eficaz, eficiente e talvez vejam o abandono escolar e outros problemas serem resolvidos. Motivem os alunos, devolvam-lhes o gosto pela aprendizagem e deixarão de ser notícia, diariamente, nos meios de comunicação social. Pena que gostem de aparecer e por isso, as mudanças realmente necessárias não se fazem, é giro aparecer na Tv a oferecer computadores às criancinhas, promove-se a aprendizagem e o desenvolvimento de novas competências, mas também a apatia social, o isolamento, o afrouxamento das competências sociais. Sr. 1º, porque não virar as secretárias para a parede? Assim, é fornecer o kit completo da (in)competência.

A conta, peso e medida, não é um ditado só porque o é, dê trabalho aos psicólogos que estão no desemprego e ponha-os a estudar essas coisas, pode ser que dê frutos. O problema Sr. 1º, é de fundo, ou num sentido figurado, de raiz, não é aparando um ramo aqui e acolá que se vai cimentar as boas condutas, apenas lhes damos um aspecto mais bonito. Ora, não é beleza que se pretende!

O governo utiliza a técnica da camuflagem (porque mais não faz do que tapar buracos) e vai tentando “pescar” a credibilidade e coerência que nunca teve, através de actos “embelezados” que apenas servem as aparências.

2 comentários:

GR disse...

Hoje, um jovem casal de professores despediu-se de mim, da terra, dos amigos, do país!
Venderam o carro, fecharam a casa na esperança de um dia poderem vir novamente habitá-la. Emigraram!
Vão tentar pagar o (tanto) que devem e se ainda não o fizeram foi porque, não foram colocados! Mais um ano, desempregados!
São jovens cheios de vida, mas sem futuro.

Hoje, uma professora com cancro na língua (tinha pedido a reforma por invalidez) foi colocada!
Hoje e mais uma vez, estou revoltada!

Só a luta consequente nos ajudará a mudar esta situação, este deplorável sistema!
Mas estou revoltada!

GR

Anónimo disse...

Este dócil DESgoverno só quer o bem dos professores, dos alunos,dos pais dos alunos,dos auxiliares de educação etc.
Só que,todos estes ingratos,NÂO ACREDITAM. Talvez porque antes acreditaram.
O momento da escolha...é fundamental.
josé manangão