SOLIDARIEDADE
Vamos, dêem as mãos.
Porquê esse ar de eterna desconfiança?
esse ,medo, essa raiva?
Porquê esssa imensa barreira
entre o Eu o Nós na natural conjugação do verbo ser?
Vamos, dêem as mãos.
Para quê esses bons-dias, boas-noites,
se é um grunhido apenas e não uma saudação?
Para quê esse sorriso
se é um simples contrair de pele e nada mais?
Vamos, dêem as mãos.
Já que a nossa amargura é a mesma amargura,
já que a miséria para nós tem as mesmas sete letras,
já que o sangrar dos nossos corpos é o vergão da mesma chicotada,
fiquemos juntos,
sejamos juntos.
Porquê esse ar de eterna desconfiança?
esse medo, essa raiva?
Vamos, dêem as mãos.
Mário Dionísio
6 comentários:
A volta que o mundo dará...
Abraço.
Tomar consciência é preciso...
Por aqui damos as mãos.
E um beijo grande
Magnífico poema!!!
Dar as mãos é preciso...
Amanhã é um novo dia!
Mil beijinhos de mãos dadas :)
Lindo!!
(Onde vais "desencantar" poemas tão belos?!)
:)))
beijos,
Sílvia
Agarra já na minha!
Beijo do tamanho do mundo!
samuel: é por isso que «dar as mãos» é tão difícil...
Um abraço.
Maria: e chegaremos a outras mãos...
Um beijo grande.
rapariga do tejo: todas as mãos - com muitos beijos de mãos dadas...
Sílvia MV: Mário Dionísio é um grande poeta, infelizmente muito esquecido.
Um beijo.
Ana Camarra: assim se começa, até chegarmos às mãos todas...
Um beijo.
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