SEMPRE
Éramos muitos...
De vós só restam a lenda
e as cruzes espalhadas
pela vinha
de cepas mutiladas.
E agora enchemos o vosso silêncio
de novas palavras,
palavras a que os vossos lábios
não estavam afeiçoados.
Sois a lenda que surge e teima
em vestir-se com as luzes
que mal se adivinham.
Sois o destino já cumprido,
a história enraizada na vinha
de cepas mutiladas.
Éramos muitos...
e somos mais,
apesar das cruzes
que apodrecem ao relento,
apesar das palavras que nunca chegam
a ser iguais para toda a gente,
apesar da sufocante espera.
Éramos muitos.
E somos mais.
Félix Cucurull
4 comentários:
E seremos ainda muitos mais! Apesar... mas (também) por causa das cruzes...
Somos mais, todos os dias!
Beijos
"Seremos cada vez mais", já dizia o Ary!
(de onde te/nos vem esta força...)
Um beijo grande, emocionada
Foi dos mais bonitos poemas que li
e que mais me emocionaram
Seremos muitos, muitos mil, SEMPRE!
Bjs,
GR
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