No dia 17 de Maio de 1959... - dir-me-ão: foi inaugurado o Cristo Rei.
E é verdade. E esse foi o grande acontecimento do dia. Não contesto.
Todavia, outros acontecimentos, ocorreram nesse longínquo dia 17 de Maio de 1959. Acontecimentos de menor relevância, sem dúvida, sem direito a comemoração de cinquentenário nem nada que se pareça, mas mesmo assim dignos de registo - pelo menos por quem os viveu.
No que me diz respeito, do dia da inauguração do Cristo Rei, o que mais vivamente recordo é uma reunião nacional alargada da União da Juventude Portuguesa (UJP) - movimento juvenil antifascista que havia sido criado um ano antes (no decorrer da campanha para as presidenciais, na qual os candidatos antifascistas Arlindo Vicente e Humberto Delgado enfrentaram o candidato fascista Américo Tomás).
A reunião realizou-se no Monsanto - nem mais nem menos! - e, curiosamente, sem grandes cuidados de vigilância...
E tudo isso graças, precisamente, à inauguração do Cristo Rei.
Eu explico: pensámos nós, jovens da UJP - e pensámos bem - que a multidão que se deslocaria a Lisboa nesse dia, nos permitiria reunir passando despercebidos aos olhos e ouvidos da PIDE; pensámos nós - e pensámos bem - que o Monsanto seria invadido por grupos de gente a pic-nicar e que o nosso «grupo» seria apenas mais um...
E assim foi: durante parte da manhã e da tarde desse dia da inauguração do Cristo Rei, mais ou menos disfarçados de inaugurantes, discutimos e decidimos o que nos pareceu necessário e possível no sentido de darmos mais força à nossa luta contra o regime fascista.
E assim foi o nosso acontecimento desse dia 17 de Maio - um dos tais acontecimentos sem direito a comemoração cinquentenária.
Mas com direito a ficar, na memória dos que o protagonizaram, como o grande acontecimento desse dia 17 de maio de 1959.
E é verdade. E esse foi o grande acontecimento do dia. Não contesto.
Todavia, outros acontecimentos, ocorreram nesse longínquo dia 17 de Maio de 1959. Acontecimentos de menor relevância, sem dúvida, sem direito a comemoração de cinquentenário nem nada que se pareça, mas mesmo assim dignos de registo - pelo menos por quem os viveu.
No que me diz respeito, do dia da inauguração do Cristo Rei, o que mais vivamente recordo é uma reunião nacional alargada da União da Juventude Portuguesa (UJP) - movimento juvenil antifascista que havia sido criado um ano antes (no decorrer da campanha para as presidenciais, na qual os candidatos antifascistas Arlindo Vicente e Humberto Delgado enfrentaram o candidato fascista Américo Tomás).
A reunião realizou-se no Monsanto - nem mais nem menos! - e, curiosamente, sem grandes cuidados de vigilância...
E tudo isso graças, precisamente, à inauguração do Cristo Rei.
Eu explico: pensámos nós, jovens da UJP - e pensámos bem - que a multidão que se deslocaria a Lisboa nesse dia, nos permitiria reunir passando despercebidos aos olhos e ouvidos da PIDE; pensámos nós - e pensámos bem - que o Monsanto seria invadido por grupos de gente a pic-nicar e que o nosso «grupo» seria apenas mais um...
E assim foi: durante parte da manhã e da tarde desse dia da inauguração do Cristo Rei, mais ou menos disfarçados de inaugurantes, discutimos e decidimos o que nos pareceu necessário e possível no sentido de darmos mais força à nossa luta contra o regime fascista.
E assim foi o nosso acontecimento desse dia 17 de Maio - um dos tais acontecimentos sem direito a comemoração cinquentenária.
Mas com direito a ficar, na memória dos que o protagonizaram, como o grande acontecimento desse dia 17 de maio de 1959.
10 comentários:
Bela estória! Homenagem a todos os que foram construindo uma História paralela, com paciência, coragem, muita imaginação... até ao dia em que pôde deixar os subterrâneos e vir cantar para a rua.
Abraço.
... sem direito a comemoração cinquentenária?!
Qual quê!
Ela está aqui... e bem merecida.
E não só para os que a protagonizaram.
Um enorme abraço
Bom a tua história mexe mais comigo do que uma estatua enorme e mais a histeria colectiva de ontem.
beijo
Uma história que parece ficçao. No entanto é bem real. Creio que dava mesmo para um argumento de um filme.
Tenho mt respeito por quem viveu essa e outras histórias paralelas.
Bj
é muito mais importante o teu acontecimento do que milhões de ídolos contra os quais Jesus lutou.
Cinquentenário devidamente assinalado. Aqui. Muito mais importante que o outro, completamente anestesiante...
Um beijo grande
Boa história! Gostei
O grande acontecimento foi recordado por muitas centenas de amigos que te leram.
Momentos da Juventude Resistente, com toda a coragem desfiavam o fascismo.
Muito importante esta história, tantas outras terás para nos contar.
Quanto à efeméride realizada ontem, tão pouca relevância teve que esqueci!
Bjs,
GR
Obrigada à UJP. A minha geração deve-vos muito!
beijos,
Sílvia MV
samuel: a história dos «pequenos» acontecimentos...
Um abraço.
do zambujal: claro, é de todos nós.
Um abraço.
Ana Camarra: obrigado.
Um beijo.
Sal: até parece ficção, não é?...
Um beijo.
Antuã: é bem provável...
Um abraço.
Maria: a nossa luta fez-se de muitos pequenos, médios e grandes acontecimentos...
Um beijo grande.
Miguel: um abraço.
GR: afinal a adesão ficou muito aquém do que eles previam...
Um beijo.
Sílvia MV: um beijo amigo.
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