(Pastoral escrita de propósito para uma
canção de protesto de Fernando Lopes-Graça
que mantém, inflexível, um coro de canções
populares e revolucionárias.)
Ó pastor que choras,
o teu rebanho onde está?
- Deita as mágoas fora,
carneiros é o que mais há.
Uns de finos modos,
outros vis por desprazer...
Mas carneiros todos
com carne de obedecer.
Quem te pôs na orelha
essas cerejas, pastor?
São de cor vermelha,
vai pintá-las de outra cor.
Vai pintar os frutos,
as amoras, os rosais...
vai pintar de luto
as papoilas dos trigais.
José Gomes Ferreira
7 comentários:
Uma das minhas cantigas dos "ensaios de som". Normalmente, ando à volta desta e da "valsinha" do Vivícius/Chico.
Só por prequiça ainda não passei esta grande cantiga (na versão Fausto) para o reportório.
Abraço
Canção "inspirsda" no cardeal Cerejeira, esse amigo dilecto de Salazar, tão fascista como ele.
Campaniça
Sabes, é uma das canções que me ensiram em pequenina e é muito especial para mim.
beijos
Já aprendi mais qualquer coisa hoje, com a Campaniça.
A História a fazer-se (também) aqui...
Um beijo grande
Ainda hoje cantada por muitos coros, tornando-se uma canção bem popular.
Linda!
GR
Estou a ouvir-lhes as vozes - e que força têm!
samuel: então vê lá se acabas depressa com essa «preguiça»...
Um abraço.
Campaniça: claro: as «cerejas«...
Na prisão, cantávamo-la com mais duas quadras de autor desconhecido:
«Ó papoilas dos trigais
em ondas de cor
sangrentas como punhais
do nosso suor.
Dá vontade de colhê-las
pô-las no chapéu
que pena não haver estrelas
vermelhas no céu»
Um beijo.
Ana Camarra: foi, nesse tempo, um instrumento da nossa luta.
Um beijo.
Maria: assim vamos aprendendo...
Um beijo grande.
GR: lindíssima..
Um beijo.
Justine: cantar, cantar sempre...
Um beijo.
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