A TESE DA ENGORDA

Uribe é, certamente, um homem feliz, na medida em que, durante toda a sua vida, tem sido tudo o que lhe dá prazer: narcotraficante, presidente da Colômbia eleito democráticamente em eleição fraudulenta, criminoso responsável pelo assassinato de milhares de pessoas, vendilhão do seu país, libertador heróico da Santa Ingrid, etc, etc, etc.
E tudo isto dispondo sempre, em todas as áreas decisivas, de poderosos apoios militares, de espionagem e operacionais, complementados por uma caudalosa turba canora que propagandeia até à exaustão todas as uribianas virtudes, em textos de antologia em matéria de pulhice humana.

No Portugal de Sócrates, que no que respeita a sabujice e rasteirice não fica atrás de nenhum outro país, esses propagandistas profissionais pululam nos jornais, nas rádios e nas televisões e desdobram-se em vistosas exibições de zelo profissional.
Um desses dá pelo nome de Ferreira Fernandes (FF) e tem lugar cativo no castiço DN, onde, ontem, entornou mais um texto à sua dimensão: abaixo de zero.
Tratou-se, desta vez, de um nojento vómito golfado sobre pessoas que, especialmente na blogosfera, têm assinalado o «bom aspecto» que a Santa Ingrid ostenta.

Acontece, no entanto, que esse «bom aspecto» é também reconhecido por FF como uma realidade - o que desde logo coloca a questão de saber por que é que FF investe com tal sanha contra quem diz o mesmo que ele diz.

É simples: como estamos lembrados, os média (aí incluído o inevitável DN) fartaram-se de nos «informar» sobre uma Ingrid Betencourt que, famélica, esquelética, doente de várias graves doenças, etc, se encontrava às portas da morte, agonizante, etc.
Ora, essa imagem da senhora era falsa. A senhora estava bem e, como o«bom aspecto» que exibe confirma, ela aí está, sã como uma pera, com saúde para dar e vender.
Ou seja: os média (aí incluído o sempre inevitável DN) estavam a mentir à malta
- como legitimamente lembram os que FF ataca;
e como ilegitimamente tenta fazer esquecer o perturbado FF.

Perturbado?: upa, upa: a verdade é que o homem, no auge da perturbação, despenhou-se na produção de uma tese explicativa do «bom aspecto» da senhora: «É natural» - diz ele - que as FARC «a engordassem para não ficarem muito mal na fotografia».
E é com esta «tese da engorda» que FF se despede de nós. Até à próxima.