Mostra a História que o terrorismo é uma arma da direita e da reacção - e que mesmo as organizações terroristas que se autodenominam de «esquerda», não passam de instrumentos criados e financiados pelo capitalismo opressor e explorador, com vistas a combater, denegrir e enfraquecer a Esquerda.
Mostra a História, igualmente, que o capitalismo sempre tentou (tenta) não apenas esconder o seu próprio carácter de facto terrorista, mas acusar de «terroristas» os que se lhe opõem e o combatem de armas na mão, quando necessário - desse modo «justificando» a repressão sobre os que o combatem.
É à luz desta prática ususal do capitalismo dominante que deve ser visto, na minha opinião, o «decreto» emanado dos EUA e que, há uns anos atrás, classificou as FARC como uma «organização terrorista» - e, de imediato, as incluiu na sua «lista negra».
Não surpreende que tal «decreto» tenha sido servilmente acatado por todos os governos satélites dos EUA - aí incluídos os da União Europeia (na verdade, se em nome de um falso «combate ao terrorismo» e na real defesa dos interesses dos EUA, esses governos participaram nos morticínios do Afeganistão e do Iraque, por que razão é que não acatariam a ordem de considerar as FARC uma «organização terrorista»?)
Não surpreende, também, que a comunicação social dominante ao serviço do grande capital, tenha adicionado ao cozinhado básico do «decreto» os temperos adequados e o sirva generosamente - difundindo-o tantas vezes quantas as necessárias para ele ser aceite como coisa boa e verdadeira.
Por tudo isto, é natural que o cidadão-consumidor-regular-de-comunicação-social,
aceite como verdadeiro o que lê e ouve nesses média.
E é também natural que, por efeito dessa desinformação cirurgicamente organizada e que, cirurgicamente, silencia as práticas terroristas do regime de Uribe - a brutal repressão, as prisões e os assassinatos de dirigentes sindicais, de comunistas e de outros democratas, etc - haja cidadãos, mesmo razoavelmente informados, que tendam a aceitar a desinformação como se informação fosse, que tendam a aceitar como verdadeira a catalogação das FARC como «organização terrorista», na base deste raciocínio simplista: se todos os dias, de todos os meses, de todos os anos, em todos os jornais, revistas, televisões e rádios, eu leio e ouço isto... é porque é verdade... por aí se quedando e, portanto, não recorrendo a instrumentos de análise como os que permitem fazer a distinção entre terrorismo e luta revolucionária armada, ou entre violência terrorista e violência revolucionária, etc, etc.
Não recorrendo, sequer, a caminhos muito menos complexos de análise, como o célebre poema de Brecht que, luminarmente, nos mostra que as causas da violência do rio se situam nas margens que o comprimem...
Mostra a História, igualmente, que o capitalismo sempre tentou (tenta) não apenas esconder o seu próprio carácter de facto terrorista, mas acusar de «terroristas» os que se lhe opõem e o combatem de armas na mão, quando necessário - desse modo «justificando» a repressão sobre os que o combatem.
É à luz desta prática ususal do capitalismo dominante que deve ser visto, na minha opinião, o «decreto» emanado dos EUA e que, há uns anos atrás, classificou as FARC como uma «organização terrorista» - e, de imediato, as incluiu na sua «lista negra».
Não surpreende que tal «decreto» tenha sido servilmente acatado por todos os governos satélites dos EUA - aí incluídos os da União Europeia (na verdade, se em nome de um falso «combate ao terrorismo» e na real defesa dos interesses dos EUA, esses governos participaram nos morticínios do Afeganistão e do Iraque, por que razão é que não acatariam a ordem de considerar as FARC uma «organização terrorista»?)
Não surpreende, também, que a comunicação social dominante ao serviço do grande capital, tenha adicionado ao cozinhado básico do «decreto» os temperos adequados e o sirva generosamente - difundindo-o tantas vezes quantas as necessárias para ele ser aceite como coisa boa e verdadeira.
Por tudo isto, é natural que o cidadão-consumidor-regular-de-comunicação-social,
aceite como verdadeiro o que lê e ouve nesses média.
E é também natural que, por efeito dessa desinformação cirurgicamente organizada e que, cirurgicamente, silencia as práticas terroristas do regime de Uribe - a brutal repressão, as prisões e os assassinatos de dirigentes sindicais, de comunistas e de outros democratas, etc - haja cidadãos, mesmo razoavelmente informados, que tendam a aceitar a desinformação como se informação fosse, que tendam a aceitar como verdadeira a catalogação das FARC como «organização terrorista», na base deste raciocínio simplista: se todos os dias, de todos os meses, de todos os anos, em todos os jornais, revistas, televisões e rádios, eu leio e ouço isto... é porque é verdade... por aí se quedando e, portanto, não recorrendo a instrumentos de análise como os que permitem fazer a distinção entre terrorismo e luta revolucionária armada, ou entre violência terrorista e violência revolucionária, etc, etc.
Não recorrendo, sequer, a caminhos muito menos complexos de análise, como o célebre poema de Brecht que, luminarmente, nos mostra que as causas da violência do rio se situam nas margens que o comprimem...
8 comentários:
Como já disse sobre mim próprio num post, fôssemos nós colombianos, com metade da família e dos amigos dizimada pelas tropas para-militares terroristas do governo lacaio dos EUA, simplesmente por serem sindicalistas, comunistas ou oposição de uma maneira geral... e certamente "outro galo cantaria".
A formula das FARC, conduz a sua luta a um impasse, não é por acaso que O Presidente Hugo Chaves, os aconselhou a libertarem os presioneiros.
Reconheço a dificuldade, para que isso aconteça, mas isso pode acontecer, sem data nem hora marcadas, antecipadamente, (tipo surpresa). Se o Presidente Hugo Chaves aconselhou, algum plano tem, penso que ele deve ser estudado e implementado!
Nada de confusões entre as FARC e os Estados Unidos, eu estou do lado dos Colombianos.
samuel. foi o teu post que me «inspirou» para abordar este ângulo da questão. Outra coisa que referes e que estive tentado a a abordar foi a questão dos sequestros: desagradáveis, sem dúvida, mas talvez mais por causa do que sobre eles nos chega através dos média: lembro-me da alegria com que, em 1959, li a notícia do sequestro do Fângio (penta campeão do mundo em Formula 1) pelos guerrilheiros que, na Sierra Maestra, lutavam para derrubar (e derrubaram) a ditadura fascista de Fulgêncio Batista...
Um abraço grande.
josé manangão: ora aí está uma discordância minha com Hugo Chávez, ou seja, a meu ver são as FARC que devem decidir do seu destino...
Abraço grande.
Fernando Samuel
Estou de acordo que sejam as FARC a decidir, do seu destino, e assegurar o seu futuro, mas não sei, se no actual contexto da América Latina, a resolução do problema, não iría trazer vantagens globais, partindo do princípio que as FARC a todo o tempo poderiam iniciar novas formas de luta.
A situação a manter-se, e da forma que o capitalismo controla a imformação, e a opinião publica, são desfavoráveis ás FARC.Hugo Chaves pode ser um aliado de circunstância!
josé manangão: eu não creio é que seja possível resolver algum problema na Colômbia com o Uribe no poder. E, no contexto mundial actual, a situação é sempre desfavorável para quem luta contra o sistema dominante - a começar aqui por nós...
Em todo o caso, a meu ver quem está em condições de decidir são as FARC.
Abraço amigo.
Um post elucidativo q.b.
Os comentários sacaram-me um sorriso....
... concordo contigo: as FARC sabem o que fazem e saberão decidir...
Um beijo
INGRID BETANCOURT. Após seis anos de cativeiro, Ingrid Betancourt foi libertada das FARC juntamente com outros reféns sequestrados pelos narcotraficantes ideológicos. Em Dezembro do último ano, Betancourt disse que todos viviam como mortos nos confins da selva colombiana. As FARC roubaram-lhe seis anos de vida mas não a derrotaram. Nem a Ingrid nem a todos os que não cedem a maniqueísmos históricos para justificar a acção daquela organização terrorista. Porque é a prática das FARC que justifica essa catalogação. Se não estivessem na famosa lista da União Europeia e dos EUA, não seria por isso que as FARC não deixariam de ter uma prática terrorista: sequestros, roubos, extorsão, violência generalizada para subverter a ordem de um Estado, concorde-se ou não com quem foi eleito para o dirigir, sob uma amálgama de princípios legitimadores da sua existência à luz daquilo que foram as guerrilhas latino-americanos nas décadas de 1960-1970. Hoje, as FARC não passam de um anacronismo sem sentido cuja acção tem uma dimensão simplesmente criminosa. De resto, ao contrário daqueles que subestimam permanentemente o princípio que subjaz à regulação democrática de uma sociedade, por mais complexidades que ela tenha, é a própria Ingrid Betancourt que o esclarece: «Os colombianos elegeram Álvaro Uribe, não elegeram as FARC». É isso que faz, também, toda a diferença. A experiência trágica de Ingrid ficará como mais uma memória da linha que separa aqueles disputam as alternativas políticas em democracia contra todos os que justificam as acções mais criminosas e a capitulação democrática em nome dessa alternativa. Tantas décadas depois de 1917, é triste que isso ainda seja um critério -- o critério -- de diferenciação entre as esquerdas. É que perante o sequestro de Ingrid e a vertigem totalitária das FARC, a esquerda democrática manteve-se onde sempre esteve. A outra, infelizmente, também.
A que é que se chama fazer reféns civis e desarmados? Homens, mulheres e crianças?
Às centenas?
E fazê-los viver em condições sub-humanas, sem contacto com as famílias, sem julgamento e sem possibilidade de se defenderem?
Promover a produção de coca e introduzi-la no mercado mundial?
O regime de Uribe não é bom?
Até concordo!
O Bush e os neo-cons americanos promovem por todos os meios regimes fascistas e fascizantes. Sabemos.
Não me parece sério é querer justificar actos de terrorismo puro e simples com, o mesmo tipo de opressão. As FARC atacam, prendem e matam civis! Aos milhares, anos a fio!
Não percebe a diferença disto, de um movimento de Libertação?
As FARC não têm qq tipo de ideologia que não seja apenas uma reacção militarista a um regime opressor e provavelmente muito injusto e serviçal do imperialismo.
Isto não justifica brutalidade sobre civis e cárceres privados. Afinal em nada diferentes dos que todos odiamos em Guantanamo!
Como é que se pode justificar a prisão de centenas de pessoas em tais condições e querer condenar Guantanamo?
Que raio de moral é esta?
Não é uma moral revolucionária. Tenha a certeza!
Reveja essas leituras sff.
MFerrer
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