Como possivelmente alguns de vocês se recordam, tenho deixado aqui vários registos sobre um tema que, a título provisório, designei por «O Caso do Irão».
Foi o registo do «aviso» proferido pelo primeiro-ministro de Israel que prometeu que qualquer dia arrasava aquilo (aquilo, é o Irão); foi o registo das declarações de Bush a dizer que assim não e que qualquer dia, ele mais a comunidade internacional, arrasavam aquilo (aquilo, é o Irão); foi o registinho do minúsculo José Manuel Fernandes, em biquinhos de pés e gritinhos histéricos, a repetir, em tradução própria, o que os donos tinham dito, a saber: não se surpreendam se um dia destes Israel e os EUA arrasarem aquilo (aquilo, é o Irão).
Bom, terminado este intróito passemos ao novo registo.
No Jornal de Notícias de hoje pode ler-se, à largura de toda uma página, esta notícia sensacional:
«IRÃO AMEAÇA ISRAEL E EUA E PREPARA TREINO MILITAR»
A minha primeira reacção a esta manchete foi a seguinte: se assim é, o Irão já produziu, em quantidade assinalável, bombas nucleares e os mísseis com o fôlego necessário para as colocar onde for necessário - o que, francamente, me parece pouco credível.
Todavia, continuando a ler a notícia, lá vejo que o Irão se prepara para «atacar Telavive e Washington se for caso disso».
Washington? Ó diabo, isto é sério, um dia destes o Irão vai mesmo arrasar aquilo tudo (aquilo tudo é Israel e os EUA).
No entanto, lida a notícia até ao fim, concluo que, de facto, isto é sério, mas não no sentido que a notícia aponta.
Ou seja: todo este estardalhaço surge porque um dirigente iraniano afirmou que «o Irão, se for atacado, atacará Telavive e a esquadra norte-americana estacionada no Golfo» - o que é grave, gravíssimo, já que, como toda a gente deverá saber, os EUA e Israel têm, por mandato divino, o direito e o dever de atacar, bombardear, destruir e ocupar os países que muito bem entenderem, mas, também como toda a gente deve saber, nenhum país atacado tem o direito de ripostar ao ataque.
Por isso, diz ainda a notícia, que «ontem, um porta-aviões norte-americano dirigiu-se para o Golfo»...
O que aqui se regista, hoje, é que à luz da verdade absoluta acima enunciada, parece aproximar-se a data em que aquilo (aquilo, é o Irão) receberá o severo e merecido castigo de quem está mandatado para o fazer.
7 comentários:
Ainda se "aquilo" pagasse aos EUA uma, sei lá... taxa para ser autorizado a possuir armas nucleares...
Podia ser em dinheiro e votos de cidadãos residentes nos próprios EUA, caso de Israel... na ausência de emigrantes em qualidade e número, podia ser mesmo em "bué da" petróleo, como tantos outros...
Tudo "isto" é muito, mas muito, sério! Este post é excelente. pela informação e pelo modo como informa. Vou recomendar transcrição (de parte, pelo menos) a outros blogs.
Abraço
Isto é mesmo preocupante. Não sei se não estaremos todos ameaçados por esta besta capitalista.
Ameaçados sempre estivemos, a partir da queda da União Soviética, que pelo que nos é dado observar,não era o império do mal, que os americanos e os seus, aliados, tanto apregoaram, afinal a URSS, já não existe, para estabelecer o equilíbrio, e o Mundo é a miséria que se vê, porque o mal maior(americanos)persiste, sobre todos os males menores.
Estou a vêr os americanos, mais os sionistas, a invadirem o Irão, asenhorarem-se do petróleo, o barril passar para 1.000 dolares e os patetinhas europeus, a baterem palmas.
É caso para perguntar :-quem fiscaliza o arsenal bélico dos americanos, que até á data foram os ÚNICOS que usaram a bomba atómica para matar gente, que autoridade têm, para julgar seja quem fôr.
Quando eu era miudo e via aparecer na televisão o salazar, pensava se ouvesse uma arma pequenina e invisivel que fosse só carregar aquí num botãozinho, afinal mal sabia eu que bastava uma cadeira.
Não sei se perceberam o trocadilho!
samuel: em bué da petróleo, por exemplo...
Abraço.
zambujal: estes preparativos, os caminhos que seguem, o seu ritmo, são sinistros.
Abraço.
pintassilgo: podes ter a certeza.
Abraço.
josé manangão: que grande arma, a tal cadeira...
Abraço.
É gravíssimo, o que nos relatas.
Tenho para mim que o snr. "arbusto" não sai da casa brance sem fazer outra merda da grossa (desculpa a expressão). Porque acha que pode. Porque acha que deve.
Resta-nos esperar. Que é uma "coisa" que não me agrada nada....
Um beijo
maria: parece que o que lhe vai no pensamento é «fazer outra merda» no período que vai das eleições à tomada de posse do próximo presidente...
Um beijo.
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