Press TV - O senador Obama fala de mudança, mas é claro que tem feito a corte a Wall Street e ao lobby de Israel. Vê alguma hipótese de mudança com ele como presidente?
Gore Vidal - Na verdade, não. Não duvido da sua boa-fé, tal como não duvido da má-fé de Cheney e Bush, pessoas abomináveis como nunca antes tivemos no governo. Jamais teriam ascendido sem compra de eleições, como fizeram na Flórida em 2000 e no Estado de Ohio, em 2004. São dois descarados ladrões da Presidência. Quando descobri que isto não interessava nem ao New York Times, nem ao Washington Post, nem a nenhuma da imprensa do país, percebi que estamos arrumados. Já não somos um país, somos uma estrutura onde os malfeitores entram para roubar dinheiro. Sabido isso, jamais serão apanhados e vão ser admirados por isso. Os americanos consideram sempre os outros a partir do que estes se afirmam. Se digo: «Eu sou um Estado», eles dizem: «Sim, sim, ele é um Estado, é fantástico!».
E, antes de os cometer, começa-se por acusar os outros dos crimes próprios. É um velho truque conhecido de Maquiavel, que escreveu sobre isso no seu manual «O Príncipe».
Que belo retrato do país berço da democracia, da liberdade e dos direitos humanos, não acham?
Gore Vidal - Na verdade, não. Não duvido da sua boa-fé, tal como não duvido da má-fé de Cheney e Bush, pessoas abomináveis como nunca antes tivemos no governo. Jamais teriam ascendido sem compra de eleições, como fizeram na Flórida em 2000 e no Estado de Ohio, em 2004. São dois descarados ladrões da Presidência. Quando descobri que isto não interessava nem ao New York Times, nem ao Washington Post, nem a nenhuma da imprensa do país, percebi que estamos arrumados. Já não somos um país, somos uma estrutura onde os malfeitores entram para roubar dinheiro. Sabido isso, jamais serão apanhados e vão ser admirados por isso. Os americanos consideram sempre os outros a partir do que estes se afirmam. Se digo: «Eu sou um Estado», eles dizem: «Sim, sim, ele é um Estado, é fantástico!».
E, antes de os cometer, começa-se por acusar os outros dos crimes próprios. É um velho truque conhecido de Maquiavel, que escreveu sobre isso no seu manual «O Príncipe».
Que belo retrato do país berço da democracia, da liberdade e dos direitos humanos, não acham?
Sem comentários:
Enviar um comentário