PERDER POR PRAZER?

É costume dizer-se que ninguém gosta de perder: nem a jogar aos feijões...
No entanto, tenho aqui uma notícia da Lusa que parece desmentir esse dito.

É o caso de um indivíduo de nome Rui Moreira - «empresário, presidente da Associação Comercial do Porto e participante semanal no programa televisivo "Trio de Ataque"» - que «sondou Belmiro de Azevedo para comprar o jornal Público».
Segundo a Lusa , o potencial comprador fez ao potencial vendedor uma proposta cujo valor inicial terá rondado os 60 milhões de euros - o que significa que a oferta pode subir...
Contudo, o «patrão da Sonae» recusou.

E é aqui que o dito acima citado vem à baila.
A coisa é isto (como escrevia o Camilo): é sabido que o Público é um jornal com crónicos resultados líquidos negativos; lembro-me que nos seus primeiros anos de vida, quando o escudo ainda era vivo, os tais resultados líquidos negativos do jornal da Sonae contavam-se por milhões. De contos, é claro. E se a memória me não falha, aí pelo seu décimo ano de existência, o saldo negativo acumulado ultrapassava os 15 milhões de contos.
É obra!
Acontece que, segundo a notícia da Lusa, o Público continua a apresentar resultados negativos. Parece que no ano de 2005 se ficou apenas pelo 3, 19 milhões de euros, mas no ano seguinte voltou ao caminho: triplicou o negativo que passou a 10, 03 milhões de euros.
Aqui chegados, colocam-se-nos três pertinentíssimas questões:
1 - por que é que o engenheiro Belmiro não quer vender - por 60 milhões! - uma coisa que lhe dá um monumental prejuízo?
2 - por que é que o promissor empresário Rui Moreira oferece 60 milhões - para já! - por uma coisa que é um monumental prejuízo crónico?
3 - será que quer para um quer para outro destes dois importantes homens de negócios, perder é um prazer?

Deixo as três interrogações à consideração dos e das visitantes do Cravo de Abril - convicto de que, juntos, desvendaremos o mistério...

15 comentários:

Crixus disse...

Realmente isso é algo que me atormenta há algum tempo, para que quererá um empresario como Belmiro de Azevedo um jornal que dá tanto prejuizo? Se calhar porque não dá assim tanto prejuizo, se tivermos em conta a capacidade que lhe dá de intervir na vida politica do país alterando o rumo de certos assuntos apenas com um ou dois titulos, assim como o papel de conformação ideologica (basta lembrar da forma como surgiu e dos seu propositos assumidos) que pode ter um diario de "referencia" no qual uns "jornalistas" ou "opinion-makers" (adoro este termo) escrevem um monte de barbaridades (como o José Manuel Fernandes e outros). De facto só se aproveita o Bartoon do Luis Afonso.

samuel disse...

De um modo geral, a propaganda só dá despesa. Lucro dão os negócios e negociatas que são "empurrados" pela propaganda.

Anónimo disse...

Claro que dominando a comunicação social domina-se o resto.

Anónimo disse...

Eu acho que é para o Belmiro nos proporcionar o prazer diário de usufruir da escrita dessa sumidade escrevente que é o José Manuel Fernandes.
Diz-me lá, Feernando Samuel: eras capaz de viver sem a descarga diária do JMF?

miguel disse...

oh aristides... para isso há aterros.

a resposta às questões é para mim quase clarinha: não há dinheiro que pague a manipulação ideológica.

Anónimo disse...

o Pasquim, perd�o, o JMF,e companhia, s�o de facto aberrantes.
Mas...como dizem os brasileiros:-Faz parte!

Sal disse...

Fernando Samuel, senhores visitantes, sinceramente...
Vocês tem é má-vontade.
Então não se está mesmo a vêr que eles tem é pena de mandar para o desemprego os trabalhadores do jornal, caso este fosse à falência por apresentar tanto prejuízo???
Eles são é ... umas almas caridosas, é o que eles são...
Manipulação ideo...quê?
Coitadinhos...

;)

Maria disse...

Faz tempo (anos) que não compro o Público. Não suporto o seu director.
Mas ainda há pessoas caridosas neste país... inclino-me mais para a hipótese da Sal, porque com certeza não será para "manipulação da informação", que isso é coisa de comunistas....

;)

Anónimo disse...

Através de esquemas de "contabilidade criativa", esquivam do balancete do jornal as subvenções da Fundação Luso-Americana Para o Desenvolvimento. Longe de dar prejuízo, o jornal é uma mina e o JMF está na lista de pagamentos da CIA

Anónimo disse...

Pois é. Às vezes ponho-me a pensar (põem-me a pensar, por exemplo, tu Fernando Samuel) como "eles" têm a consciência de classe, e esta os leva a valorizar a "arma ideológica". E como a utilizam bem, com as "convenientes" misturas para dar a ideia de que há neutralidade, equilíbrio...
Oportuno post!
Abraço

Anónimo disse...

O Público, DN, JN e outros são as chaves da prisão ideológica em que encurralam o povinho e essas chaves não têm preço.

Anónimo disse...

-E também dá jeito para lavar algumas notas sujas.

Fernando Samuel disse...

sal: eu não estava a ver a coisa por esse prisma, mas olha que...

maria: também estou inclinadote para essa hipótese...

anónimo: uma mina, sem dúvida.

zambujal: são mestres na matéria e isso é coisa que não tem preço...

cs: síntese perfeita.

anónimo: quem sabe!...

Fernando Samuel disse...

crixus: de facto, aquele é um investimento que lhe dá muito lucro...

samuel: ou seja, com «ela» se chega a «eles»...

antuâ: e se ela está bem dominada...

aristides: se é para isso, bem empregado dinheiro o que o homem gasta... e confesso que sem o JMF a minha vida seria um deserto...

pedras contra canhões: é que não há mesmo...

josé manangão: faz parte e é divertido...

o castendo disse...

Mais um ex ao estilo Jaime Silva. Quem o viu todo marcado por familiares por ser militante da UEC; quem o viu nas barricadas do 28 de Setembro de 1974 e quem o vê...