POEMA

VIAGEM ATRAVÉS
DE UMA LÁGRIMA


Nós, comunistas,
não habitamos
o deserto
nunca.

Há sempre
alguma coisa
alguém
uma palavra
uma canção
um nome
que de repente
se transforma
em lágrima.

A lágrima
ao sol
é um pequeno punho
de cristal.

Mário Castrim
(«Viagens» - edição da célula do PCP da Renascença Gráfica/Diário de Lisboa, para a Festa do Avante/77)

4 comentários:

Maria disse...

Quantos punhos de cristal já saíram dos meus olhos....
Mais um poema que vou levar.

Beijo.

Maçã de Junho disse...

E as vezes é tão difícil racionalizar... E digo isto porque o tenho discutido com alguns camaradas, naquelas conversas que nos fazem crescer enquanto militantes mas sobretudo enquanto Homens! É difícil saber se racionalizar este sentimento que só acontece porque acreditamos.

Porque somos insubstituíveis!

Abraço
Maça de Junho

Fernando Samuel disse...

maria: quantos punhos de cristal já saíram dos NOSSOS olhos!, quantos desertos já vencemos!, quantos desertos venceremos!
Beijo.

maçã de junho: aquelas conversas que nos fazem crescer enquanto militantes e enquanto homens são, também elas, os punhos de cristal que nos tornam insubstituíveis.
Abraço.

GR disse...

As vezes dá-me vontade de parar!
Mas há “cá dentro” uma coisa que é tão forte.
A canção de ontem, as palavras de hoje e o futuro para os Jovens de amanhã!
A lágrima é a seiva que me/nos faz lutar!

Mário Castrim que bem me fez ler-te!

GR