A Ilusória Soberania Popular

"Far-se-ão tantos referendos quantos os necessários até o «sim» ganhar." (Jacques Delors, ex-Presidente da Comissão Europeia, acerca da concretização do Tratado de Maastricht (pai da afamada UE) e do voto negativo ao primeiro referendo, sobre esta questão, realizado na Dinamarca)

Então para que se vangloriam com palavras como Democracia e Liberdade? Contamos apenas com palavras soltas proferidas ilusoriamente, infestas de carga sugestionável ou mesmo hipnótica, cujo único objectivo é o de conquistar as cruzes no papel e a cadeira do poleiro?


Como o próprio argumento dita, a voz do povo é a menos importante quando se trata de decidir, e infelizmente, o que para uns é decidir de acordo com a vontade de todos (realmente interessados e que sofrem, na pele e na prática, as consequências de políticas encardidas), para outros é um populismo permanente, ao qual os eleitos democraticamente não se podem submeter, sob pena de terem que repetir procedimentos até levar a que o povo entenda o caminho a seguir, de encontro não à resposta que gostavam de obter, mas à que têm obrigatoriamente que obter no matter what.

Mais uma vez se prova a verdade de um amigo que recorre muitas vezes ao dito popular antes de o ser já o era, para descrever os actos supostamente democráticos que se concretizam, mesmo antes de se realizarem, e rumam trilhos traçados a quem interessa e não a quem de direito devia interessar.



Fonte: Editorial do Jornal Avante!

1 comentário:

Anónimo disse...

Excelente post. Parabéns.