POEMA

MEU GLORIOSO PARTIDO


Meu glorioso Partido
Comunista Português,
ao dares-me à vida sentido,
deste-me a vida outra vez.

Na multidão já fui só.
Hoje, em mim, sou multidão.
Basta-me aceitar que sou
como os demais homens são.

O olhar antes estreito
em redor passou-me a ver.
Meu coração no meu peito,
oiço-te noutros bater.

A voz que isolada era
fundia-a numa maior.
Fez-se-me a dor primavera
e a desconfiança amor.

A própria pátria que eu tinha,
idêntica a não ter nada,
de alheia voltou a minha,
pelo teu dom reconquistada.

Meu glorioso Partido
Comunista Português,
ao dares-me à vida sentido,
deste-me a vida outra vez.


Armindo Rodrigues

4 comentários:

Ana Camarra disse...

Dele, Meu e Nosso!

Maria disse...

Nosso! Teu, meu, dele, da Ana e de todos os que aqui vieram (e de tantos outros que aqui não vêm)!

Este poema (e outro, do Neruda) vão também sair daqui a bocadinho lá...

Um beijo grande

Maria disse...

O NOSSO Partido é tão bonito...

Um beijo grande

Fernando Samuel disse...

Ana Camarra: é o PCP, e pronto...
Um beijo.

Maria:«é tão lindo o meu Partido»...
Um beijo grande.