O VALE-TUDO

O medo da luta dos trabalhadores organizados continua a estimular as declarações e os escritos dos propagandistas do Governo e da sua política.
Daí a fortíssima ofensiva em curso contra a CGTP e contra o PCP, na sequência da histórica manifestação do dia 13.
Que aquilo lhes meteu medo, não há dúvida. Daí o ataque às causas desse medo: a existência de sindicatos de classe e de um partido de classe, que não desistem de lutar pela defesa dos interesses e dos direitos dos trabalhadores.

Hoje, em entrevista ao Diário Económico, o presidente do Conselho Económico e Social, Bruto da Costa, comenta assim a manifestação: «O que vemos é que os trabalhadores que estão associados a uma central estão mobilizados e mobilizáveis. E os trabalhadores ligados a outra central não estão.»
Aqui chegado, esperava eu que o entrevistado se pronunciasse sobre as razões que levam a situações tão díspares numa e na outra central, ou seja: por que é que os trabalhadores filiados na CGTP-IN estão, e os filiados na UGT não estão, «mobilizados e mobilizáveis» para lutarem pelos seus interesses?
Mas o ilustre presidente não foi por aí. Obviamente porque não lhe convinha ter que tirar a conclusão óbvia: porque a CGTP é a central dos trabalhadores e a UGT é a central da política de direita ao serviço do grande capital.
Por isso, desviando o seu raciocínio da conclusão óbvia, o homem raciocinou assim: «Portanto não há uma posição geral dos trabalhadores».
Ou seja, como por palavras dele explicou: uns estão e outros não estão mobilizados, isto é uma carga de trabalhos, o melhor é que as próximas eleições dêem a maioria absoluta ao Governo dos desmobilizados...

E levando a tarefa até ao fim, lá avançou com a conclusão da moda - «A filiação partidária dos dirigentes sindicais descredibiliza os sindicatos».
Conclusão que,
1 - disparada deste jeito, só pode ter como alvos os militantes comunistas que são dirigentes sindicais, e
2 - se faz eco das declarações do Chefe Sócrates em favor de «sindicatos livres de tutelas partidárias».

E se tivermos em conta que as referidas declarações de Sócrates foram proferidas no congresso da Tendência Socialista da UGT, é fácil de ver que, para esta gente, o vale-tudo continua a ser o único caminho conhecido.

6 comentários:

samuel disse...

Existem de facto muitas pessoas que não só não se interessam, como declaradamente detestam política, odeiam os partidos... e claro, são as ideais para dirigentes sindicais!
A falta de vergonha não tem medida!

Abraço

Anónimo disse...

essa gente segue toda a mesma cartilha...
o medo de serem um dia responsabilizados, pelo que tem feito aos trabalhadores deste país, está a vir ao de cima.

Anónimo disse...

Só um bruto não conclui um raciocínio lógico.

Maria disse...

Se a anónima leonor vem aqui já sabes o que te espera...
O que lhes interessa mesmo é, para além de um "exército de desempregados", é um "exército de ignorantes"...

Um beijo grande

Anónimo disse...

O sr Presidente do Conselho, mais o sr Bruto,têm toda a razão- são precisas centrais sindicais e sindicatos (livres)que aceitem ser pagos pelo patronato, para estarem calados, e não reivindicarem coisa nenhuma, é o cão o gato e o canário na mesma gaiola , e, dão-se todos bem!
Nós é que temos esta (mania) de ser REVOLUCIONÀRIOS!
Abraço

Fernando Samuel disse...

samuel: os dirigentes sindicais devem estar bem, bem integrados no sistema...
Um abraço.

júlio: e a manifestação do dia 13 meteu-lhes muito medo...
Um abraço.

Antuã: exactamente.
Um abraço.

Maria: essa Leonor... coitada, deixa-a lá...
Um beijo grande.

poesianopopular: o que é preciso e sindicatos que defendam os patrões...
Um abraço.