"Tudo vai bem no Reino da Dinamarca..."

Tenho andado desligado da vida política e social. Preocupações de outra ordem remeteram-me para este duradouro silêncio. Hoje, talvez ainda pouco, voltei a olhar com mais atenção e espírito crítico o que acontece no mundo. Muitas notícias de mais ou menos relevo tomaram acontecimento nestes dias: a eleição de Raúl Castro como novo Chefe de Estado Cubano, a tomada de posse dos novos Ministros da Saúde e da Cultura, a entrevista do 3º ano do mandato de Sócrates, entre muitas outras...
Sobre as duas primeiras já o nosso amigo Fernando Samuel falou (e muito bem! - é preciso que se note e sublinhe).
Sobre a entrevista concedida pelo nosso Primeiro Ministro à Sic Notícias não foi dirigida alguma palavra - talvez porque a não merecesse, ou se caísse no descrédito da rotina. Eu "gostei" de ver a entrevista (com o fim do "Isto é uma espécie de magazine" optei pela comédia rival no canal da concorrência: entrevista ao Sócrates na Sic Notícias). Surpreendeu-me o sentido de humor e a fértil imaginação de tão digna personagem, a saber:
1º Sócrates felicitou-se, como um maratonista se felicitaria caso ascendesse ao pódio, afirmando que "a economia portuguesa está a criar emprego", isto traduz-se em 94 mil postos de trabalho criados. Muito bem: que dizer sobre os, cerca de, 300 mil novos desempregados? Seja isto: um saldo negativo de aproximadamente 206 mil novos despedimentos. O desemprego chegou portanto à fasquia dos 8%. Recordo que quando o PSD atingiu os 7.1% Sócrates disparou em voz sábia: "Este número é bem a marca de uma governação falhada, de uma economia mal dirigida." Que diria ele se fosse oposição sobre os 8%?
Sócrates felicitou-se, como um maratonista se felicitaria caso ascendesse ao pódio, pelo défice ter ficado abaixo dos 3%. Felicitação comovente e sentida, não fora o próprio ter dito em tempo de campanha: "Nós não vamos combater o défice fazendo dele uma obsessão, arruinando a nossa economia e fazendo disparar o desemprego. "
3º Sócrates afirmou que "estamos num momento de incerteza a nível internacional" e que seria, portanto, irresponsável baixar os impostos. Foi pena não se ter lembrado disso quando durante a sua campanha afirmou que "não está previsto no programa do PS nenhum aumento dos impostos". Pois bem, nestes 3 anos aumentaram o IVA (imposto valor acrescentado), o IRS (imposto sobre rendimento singular), o IRC (imposto sobre rendimento colectivo), o ISP (imposto sobre produtos petrolíferos e eléctricos), o IA (imposto automóvel), o ICC (imposto sobre circulação e camionagem), imposto sobre bebidas alcoolicas, imposto sobre o tabaco e o imposto do selo: isto soma o total de um aumento de 9 impostos.
4ºEducação...
5ºSaúde...

E por aí em diante...


6 comentários:

Antonio Lains Galamba disse...

Muito bem! Um abraço. ainda bem que voltaste(voltamos!). Fraternidade.

João Filipe Rodrigues disse...

6º A Habitação...

7º A Alimentação...

... e por aí adiante.


Já agora, enche-me de alegria o regresso.

Abraço grande meu amigo!

GR disse...

E dizes tu que tens “andado desligado da vida política e social”?
Excelente análise politica e social.
Hoje é mesmo o dia dos reencontros!
Também sentimos a tua falta.

GR

Fernando Samuel disse...

Bom regresso!
E, é claro, ainda bem que regressaste, meu amigo.
Abraço grande.

Anónimo disse...

um regregresso em grande.

Ana Maria Teixeira disse...

É uma cabeça que não pára, mesmo estando ausente por momentos.
Como a Antuã referiu, um regresso em grande. Beijinhos