OS VEGETANTES
Continuam aqui
roendo as unhas!
Substituem as unhas por poemas
(ou cafés, futebol, anedotário)
e estilhaçam espelhos que na luz
ao seu devolvem a cruel imagem.
Vidrado limo o rosto
de rugas sem memória
assistem à vida como um filme:
disparar sobre a tela é proibido
e além do mais inútil.
Curvam ao solo os ombros
escorjados; curvam-nos para
duradoiras urtigas, seixos
sem horizonte, epitáfios
de lama, dezembros, poeira fria.
Se chovem as esperanças não acorrem
a apanhá-las na boca ao ar aberto.
Tijolo articulado a língua balbucia
«É a vida!», Sementes violadas
não germinam.
Em vão os bombardeiam os oráculos
com agulhas de sangue. Nada tentam
para dar vida à fala que utilizam,
ao país do cansaço que entre dentes
ressacam.
E fazem do amor essa triste humidade,
um delíquio formal logo amortalhado.
São dóceis, cibernéticos,
dia a dia premiados
de alguns gramas a mais
no chumbo do pescoço.
Egito Gonçalves
6 comentários:
São aos milhões... infelizmente... e tanto que custa mudar um, um pouco que seja!
Abraço.
... e gosto do cabeçalho novo. :-)
Não conhecia este poema.
Na verdade, são tantos...
BJS,
GR
São os conformados. Infelizmente são tantos e é tão difícil tirá-los da apatia resignada em que vivem!!!!!!
Um beijo.
Despertar consciências é URGENTE!
Um beijo grande.
samuel: está longe o dia, mas quando despertarem todos...
Um abraço.
GR: tantos e belos...
Um beijo.
Graciete Rietsch: dificílimo... mas temos que ir insistindo.
Um beijo.
Maria: é determinante.
Um beijo grande.
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