POEMA

O PROGRESSO DAS CIÊNCIAS


Conseguiram encerrar o vento,
retirar a pouco e pouco o ar
e - maravilha! - o povo
resiste e ainda vive.

A asfixia é lenta e os que morrem
parecem ir de morte natural.

Hoje porém os sábios consideram
enganosa essa fórmula que reduz
o paciente à condição de peixe triste.

Pois no repouso fictício a onda
aguarda o luar da maré cheia.

Nas manhãs da terra
as manchas de sangue ganham punhos;
a viva carne cobre o inesperado.


Egito Gonçalves

4 comentários:

Maria disse...

Mais um poema-força, poema-luta do Egito Gonçalves. Para nos dar força. Que é uma das razões de existir poesia.

Um beijo grande.

Graciete Rietsch disse...

Um poema muito lindo e cheio de força.
Um dia a força do Povo há-de sobrepor-se à tirania do opressor.O sangue não será derramado em vâo.

Um beijo.

samuel disse...

Ninguém pode dar nada por adquirido... nem mesmo os tiranos.

Abraço.

Fernando Samuel disse...

Maria: lá dizia o Zé Gomes: A Poesia Continua...
Um beijo grande.

Graciete Rietsch: e esse será o nosso NOVO DIA...
Um beijo.

samuel: e esse é o grande medo deles...
Um abraço.