ATÉ QUANDO?

A chamada FLAMA (Frente de Libertação do Arquipélago da Madeira) é uma organização de malfeitores com largo cadastro.
Nascida contra Abril, foi contra Abril que praticou mais de uma centena de actos de terrorismo bombista.
Com o avanço da contra-revolução reduziu a sua actividade, passando a aparecer apenas quando isso interessa ao seu patrono, Alberto João Jardim.

Foi o que aconteceu agora: a pretexto da comemoração do Dia da Região, e porque o Jardim precisava de dizer umas coisas, a FLAMA colocou as suas bandeiras separatistas em vários locais da região, em frontal desrespeito e afronta à Lei Fundamental do País - mas em clara consonância com a lei do Jardim...

Como estava previsto, o patrono foi chamado a pronunciar-se sobre o facto.
Entre dois arrotos, bolçou assim: «Se os comunistas podem actuar à vontade, por que é que a FLAMA não há-de poder?»
Obviamente, com isto o que ele estava a condenar, de facto, era a existência do PCP - condenação essa que, certamente, não tira o sono ao colectivo partidário comunista, herdeiro das gerações heróicas que, durante quase meio século, tiraram o sono ao fascismo... e o derrotaram.

Como também estava previsto, Jardim repetiu as ameaças e chantagens com que habitualmente vai sacando ao Estado o dinheiro que quer para gastar como quer.
Disse o chantagista que, «se o governo de Lisboa» não fizer o que ele quer... «então temos de assumir a coragem para pensar os caminhos do futuro», isto é: para declarar a independência da Madeira - e para isso, lá está a FLAMA separatista/terrorista pronta para entrar em acção...

Quem parece perfilhar as teses jardinistas é o actual ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, para o qual tudo se resume a uma questão de querer: «se a Madeira quiser, pode tornar-se independente»...
Quanto ao Presidente da República, nem uma palavra se lhe ouviu sobre o assunto.
O que não é de estranhar...
Tanto mais que, se é verdade que ele jurou pela sua honra cumprir e fazer cumprir a Constituição da República Portuguesa, mais verdade é que, de momento, a sua honra, perdida, esfalfa-se a cumprir e fazer cumprir... as ordens da troika ocupante.
Para maior glória do grande capital.
Para maior desgraça dos trabalhadores, do povo e do País.
E no desrespeito pela Constituição da República Portuguesa.

Até quando?