O Cardeal Patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, participou nas comemorações do 125º aniversário do Casino da Figueira da Foz.
Confesso que não esperava ver um representante de Deus em tais andanças comemorativas.
Mas as coisas são como são e em matéria religiosa tudo pode acontecer: como é sabido, Deus ora escreve direito por linhas tortas, ora escreve torto por linhas direitas, vá lá a gente perceber porquê, nem vale a pena perdermos tempo com isso, loucos seríamos se tentássemos penetrar nos imperscrutáveis desígnios do Senhor.
Assim sendo, está tudo explicado: foi a inspiração divina que levou o Cardeal Patriarca ao Casino da Figueira - onde, aliás, proferiu espectaculares e desassombradas declarações.
Começando por dizer - por inspiração divina, é claro... - que «o diálogo com os muçulmanos é muito difícil», resolveu, a seguir, dar «conselhos às jovens portuguesas».
E, sempre com a inspiração divina a atiçar-lhe o verbo, aconselhou assim:
«Cautela com os amores, pensem duas vezes antes de casar com um muçulmano, pensem, pensem muito seriamente. É meter-se num monte de sarilhos que nem Alá sabe onde é que acabam».
Não comento os conselhos do Cardeal porque, se o fizesse, não resistiria a dar-lhe uns quantos conselhos de inspiração bem terrena e em linguagem ainda mais terrena - e não me apetece ir por aí.
Nesse aspecto, apenas me congratulo com alguns comentários produzidos por algumas mulheres portuguesas casadas com muçulmanos - comentários pertinentíssimos e que farão (fariam...) o Cardeal meter o rabinho entre pernas e pedir mil desculpas, se ele for (fosse) pessoa para isso.
Numa coisa tem o Cardeal razão, no entanto: é que, com interlocutores como ele, «o diálogo com os muçulmanos (ou seja com quem for) é muito difícil.
Muito, muito difícil: só à bomba...
Confesso que não esperava ver um representante de Deus em tais andanças comemorativas.
Mas as coisas são como são e em matéria religiosa tudo pode acontecer: como é sabido, Deus ora escreve direito por linhas tortas, ora escreve torto por linhas direitas, vá lá a gente perceber porquê, nem vale a pena perdermos tempo com isso, loucos seríamos se tentássemos penetrar nos imperscrutáveis desígnios do Senhor.
Assim sendo, está tudo explicado: foi a inspiração divina que levou o Cardeal Patriarca ao Casino da Figueira - onde, aliás, proferiu espectaculares e desassombradas declarações.
Começando por dizer - por inspiração divina, é claro... - que «o diálogo com os muçulmanos é muito difícil», resolveu, a seguir, dar «conselhos às jovens portuguesas».
E, sempre com a inspiração divina a atiçar-lhe o verbo, aconselhou assim:
«Cautela com os amores, pensem duas vezes antes de casar com um muçulmano, pensem, pensem muito seriamente. É meter-se num monte de sarilhos que nem Alá sabe onde é que acabam».
Não comento os conselhos do Cardeal porque, se o fizesse, não resistiria a dar-lhe uns quantos conselhos de inspiração bem terrena e em linguagem ainda mais terrena - e não me apetece ir por aí.
Nesse aspecto, apenas me congratulo com alguns comentários produzidos por algumas mulheres portuguesas casadas com muçulmanos - comentários pertinentíssimos e que farão (fariam...) o Cardeal meter o rabinho entre pernas e pedir mil desculpas, se ele for (fosse) pessoa para isso.
Numa coisa tem o Cardeal razão, no entanto: é que, com interlocutores como ele, «o diálogo com os muçulmanos (ou seja com quem for) é muito difícil.
Muito, muito difícil: só à bomba...
12 comentários:
Ainda se fosse a Tora, cum raio!, agora o Corão! Mas os intolerantes são eles, os muçulmanos, porque nós os cristãos, o povo eleito, somos do melhor que há.
Claro que não vale a pena falar dos padres, aos milhares, que abusaram de milhares e milhares de crianças, nem do papel da hierarquia católica na repressão em tantas e tantas ditaduras. Cautela com os amores!
Depreendo então que tal como eu (e felizmente uns tantos milhares) não achaste lá muita graça...
Estas situações satisfazem o meu égo, e por outro lado servem de barómetro.
Como o sistema político vigente está a ser posto em causa,a prova disso é o facto do senhor Cardeal, ter perdido a compostura, e resolver dar uma ajudinda proferindo uma "bacorada", (esquecendo)que os homens são todos iguais perante deus, (para quem acredita claro).
Abraço
Fernando Samuel
Por acaso ouvi pedaços da Entrevista desse representante da Igreja, fiquei logo agoniada pela manhã, que ele ia ao Casino não sabia mas sinceramente não me surprende.
Quanto as opiniões sobre os muçulmanos, o que dizer dos católicos, daqueles que queimavam pessoas vivas, levavam a palavra do Senhor a Africa e pelo caminho faziam escravos, aqueles que tão prontamente difundiram a ideia que os comunistas comiam criancinhas e matavam os velhinhos, que dizer deles?!
beijos
Ouvi, como todos, as notícias durante o dia de ontem. E a perplexidade que causaram. Sempre esperei que hoje houvesse um esclarecimento do patriarcado a "tentar" emendar o português que, como todos sabemos, é uma língua traiçoeira. Zero. Nada.
Se vier algum dia, já vem muito tarde.
S.Emin. acha-se superior a tudo e a todos e não tem que dar explicações. Divinal, mesmo...
Um beijo grande
Mas então... o jogo não era um vício? E a igreja católica não era toda ecuménica?
Isto da crise da civilização cristã ocidental (e capitalista) baralha muitos espíritos, está visto!
Mas ele fuma tabaco ou fuma algo que o perturba mentalmente?!... Nós somos uns "tristes" que não compreendemos os desígnios do senhor.
Se perguntarmos à grande maioria dos católicos, “porque o são?”
Respondem-nos: “porque sim!” a maioria “é” por tradição, não por convicção.
Daí «o diálogo com os muçulmanos é muito difícil», porque os católicos não sabem nada! Têm todos uma particularidade, são muito egoístas.
Escolheu a melhor altura para colocar gasolina, onde há muito fogo.
Grande provocador!
Mas que dois, o Cardeal e a Fatinha!
No fim, teriam jogado Poker ou Roleta?
GR
Alguém que dê haldol a esse senhor cardeal!
Fernando,
Eu estou convencido que o tabaco que o senhor Cardeal anda fumar é o tabaquinho pra sorrir, ou a ervinha maluquinha, portanto cautela com os fumos.
Um Abraço
Cardeal tem toda a razão.
os mulçumanos batem nas mulheres quando lhes apetece. e depois temos a esquerda de caviar em portugal que critica americanos e europeus, e nem uma criticas às atitudes mulçumanos e desrepeito dos direitos das mulheres nos seus paises e noutros.
muito bem cardeal alguem com coragem para dizer as verdades.
J.Z.Mattos
aristides: intolerantíssimos, eles, tolerantíssimos, nós...
Um abraço.
samuel: nem por isso, nem por isso...
Um abraço.
poesianopopular: uma ajudinha providendial...
Um abraço.
Ana Camarra: e, para não irmos mais longe no tempo, aqueles que, tal como os muçulmanos, tratam as suas mulheres abaixo de zero...
Um beijo.
Maria: houve um esclarecimento: os bispos vieram dizer que estavam de acordo com o cardeal.
Um beijo grande.
chalana: bom, umas vezes é um vício, outra vezes é uma virtude: tem dias...
Um abraço.
Antuã: nos desígnios é que está o gato...
Um abraço.
GR: jogaram ao que sabem...
Um beijo.
Lili: que dê o quê?...
Um beijo.
Hilario: o cardeal devia não se meter no que não conhece...
Um abraço.
J.Z.Mattos: pois.
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