TALVEZ TUDO O APRENDIDO ESTIVESSE...
Talvez tudo o aprendido estivesse
na palidez do meu rosto, nas distantes maneiras
dos meus movimentos, ou em tantos baús,
maletas, beijos, pacotes, embrulhos e numa
ou outra lágrima. Era a chegada. Esse manejo
sugestivo da alfândega e ainda
algumas mulheres ligeiramente enjoadas
nos seus ocasionais chapelinhos, de véus e palhinha.
Os primeiros uniformes verde-escuros espantaram-me um pouco.
Mas logo, da sua cara lunar, negra e sorridente
o gordíssimo chofer de táxi me falou
de latifúndios e de monoculturas. Pediu-me
que só escrevesse a verdade do que visse,
julgando-me estrangeiro e jornalista. Chegava.
Balbuciei a querer explicar. Mas ele disse: Fidel.
Foi então, com o seu sorriso irmanado, que descobri
que a Revolução estava em marcha e que toda a viagem
será já diferente.
César López
3 comentários:
Nem imaginas o sorriso que me sacaste...
Um beijo grande
A Revolução também se faz (e alimenta) deste bom humor...
Abraço
Maria: possivelmente porque viveste um momento semelhante ao chegares a Cuba...
Um beijo grande.
samuel: são indissociáveis.
Um abraço.
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