ESCRITO NA MORTE DE MR. KENNEDY
As vacas pastaram
veneno
As doces cabeças rodaram
envenenadas
E o arroz? O arroz também foi
envenenado
O veneno choveu longamente
sobre o Vietname-do-Sul
Os dentes do napalm morderam
carne e madeira
Carne da mãe
e do filho e a madeira do telhado
e da mesa
O napalm mordeu
tanta coisa no Vietname-do-Sul
(Dos 162 mil mortos
do Vietname-do-Sul quantos
te pertencem?)
Também morreu o meu camarada Ñico
- Ñico Egozcue de la Rosa carpinteiro
e soldado deixou por acabar a mesa
do Círculo Social -
O meu camarada
morreu na estrada Covadonga-Praia Girón
(Hoje compreendemos com espanto que
tu também eras mortal)
Luis Marré
8 comentários:
Pois, Obama poderá ser mortal, fisica ou politicamente se de facto tentar cumprir as suas promessas e recuperar assim a esperança do mundo....
Mas não acredito! Gostava de estar enganada.
Beijos
Mortais, de facto somos todos, só que milhões têm sido empurrados para a morte, antes do seu "tempo" e quando alguém é empurrado há sempre alguém que empurra...
Abraço
Neste momento particularmente sensível às referências ao Vietname, leio emocionada o poema de Luis Marré.
E ficamos à espera, não é?
Somos todos mortais, mas este poema dá-me um certo arrepio...
Aguardemos...
Um beijo grande
Nós sabemos que, temos de morrer, mas não quremos morrer à força,nem somos carne para canhão!
Tambem morremos lutando por causas, justas - porque será que tem de ser assim?
Abraço
Fernando,
Quem sabe se pela vida, vivida, ser um privilégio comum no seu entorno, nunca a morte se prostrou na cara do Ñico.
Hoje, alguns, morrem devagar, sem sentir qualquer intermitência de morte, "vegetando" quais tenras vitelas.
A revolução é hoje!
Poema à Joana D'Arq
Esquiva de si e serva do seus,
Cumprindo a cartilha da conformação,
Não era ainda o Ser, mas só gestação:
Da Virgem armada para vingar os Céus.
Até que um dia, escutou ela a Voz,
E fechando os olhos a visionária viu,
Sem outras demoras o plano veloz,
Urdido por Deus que o sugeriu!
E na voz do vento viajou a Fé,
Voando por mares, pelos continentes,
Deixando a pedra sem pedra de pé,
Pois pela paixão de muitos crentes,
Jurando o teu nome por toda a parte,
Fizeram de ti Joana D’Arq!
F.
Desculpem o abuso, mas queria artilhar isto convosco
Ana Camarra: infelizmente, no essencial não creio que estejas enganada.
Um beijo.
samuel: e quem empurra, empurra... a matar...
Um abraço.
Justine: à espera... do bom e do mau...
Um beijo.
Maria: sim, aguardemos...
Um beijo grande.
poesianopopular: porque o sistema dominante é baseado na exploração do homem pelo homem...
Um abraço.
CRN: há mortes e há mortes...
Um abraço.
Chalana: e queimaram-na!...
Um abraço.
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