O MAR DE ROSAS

A pretexto de tudo e de nada, o primeiro-ministro atira-nos à cara com os êxitos da sua sábia governação: ele é um relatório da OCDE sobre a excelsa qualidade da política de ensino do Governo; ele é um código do trabalho cheio de melhorias; ele é uma resposta à crise que faz inveja a todo o mundo...
Ou seja: lá fora, as coisas estão uma desgraça; cá dentro, vivemos num mar de rosas...

Há dias, a Organização Mundial de Saúde (OMS) alertava:
«o sufoco económico e o empobrecimento da classe média estão a acelerar um processo que já era preocupante: a deterioração da saúde mental».
Preocupações lá deles, é claro, já que, por cá, no nosso mar de rosas, é só saúde - mental e da outra.

Senão vejamos:
a revista Notícias magazine de 25 de Janeiro, numa reportagem intitulada «A nacional depressão», confirma a pertinência do alerta da OMS: o desemprego, a precariedade, o trabalho mal pago, a falta de apoios sociais, enfim as consequências da política do Governo, estão a agravar cada vez mais a saúde mental de cada vez mais portugueses.

Diz o jornalista: «Em Portugal, os sintomas são evidentes. O consumo de antidepressivos a ansiolíticos não pára de aumentar (no top 10 dos medicamentos mais vendidos estão dois psicofármacos famosos, o Lorenin e Xanax). Um em cada três portugueses sofre de um distúrbio psicológico. A taxa de suicídio duplicou na última década».

E, olhando para o futuro, acrescenta: «Nas contas da tragédia portuguesa, é preciso obedecer a uma nova equação. Há cada vez mais gente a somar dívidas e a subtrair conforto à vida. Até ao dia em que estoira»


Mas tudo isto não passa, certamente, de propaganda anti-Sócrates.
Porque, como ele não se cansa de nos dizer, vivemos num mar de rosas.

10 comentários:

Ana Camarra disse...

Fernando Samuel

Olhando em volta também acho que isso faz parte da cabala!
A Ministra da Saude até diz que o Serviço Nacional de Saude só tem o problema da organização e que os profssionais tem de ser organizados.
Agora faltar material, profissionais, equipamentos, etc, isso é coisa de somenos.
Neste caso é o mesm, tmar antideprissivos porquê?
Porque estão desempregados, porque o dinheiro não chega, porque tem contrato a prazo, porque não há médico de familia?
Mariquices!

beijo

samuel disse...

Ao contrário do Mar Morto, em que, passe o nome triste, tudo flutua, neste "mar de rosas" tudo se afunda...

Anónimo disse...

Isso, por certo, faz parte da campanha negra...

Hilário disse...

Fernando,

Mar de Rosas é que é, mosse, vou dizer aos banhistas para nã irem à praia, porque picãn o seu corpo todo.

As rosas tãn cheias de biques, como dizem os moces de d'Olhão
Um grande Abraço

Fernando Samuel disse...

Ana Camarra: só cabalas, só cabalas...
Um beijo.

samuel: é uma espécie de charco...
Um abraço.

salvo conduto; só cabalas, só campanhas negras...
Um abraço.

Hilário: Boa!
Um abraço.

Sal disse...

Mar de Rosas, o tanas.
A roseira socialista nunca deu flor que se cheirasse, realmente.

beijinhos

Anónimo disse...

este Mar de Cardos terá que ser eliminado. a situação começa a ser insustentável e é preferível a luta ao suicídio.

Anónimo disse...

Amanhã vou comprar três foguetes para lançar no dia em que ele der o p.... mestre. Não me posso atrasar, pois tenho um "feeling" que o tal dia está aí muito próximo.
Terei razão?...

Rui Silva

Maria disse...

Há gente que está mais agarrada ao poder do que lapa à rocha...
É uma cabala, pois. Se em vez de anti-depressivos os portugueses aprendessem de uma vez por todas quem é quem na política e o que cada um quer, seria tudo tão mais fácil...

Um beijo grande

Fernando Samuel disse...

Sal: é uma daquelas roseiras que nunca deu «nuvens nem bandeiras»
Um beijo.

Antuã: a luta é o caminho, sempre.
Um abraço.

Rui Silva: sabe-se lá...
Um abraço.

Maria: Muito mais fácil... e muito menos doloroso...
Um beijo grande.