Miguel Sousa Tavares (MST) enche todas as semanas uma página do Expresso. Ali faz a defesa assanhada da política de direita que conduziu o País à lastimável situação em que se encontra. De vez em quando, para mostrar a sua independência, mascara-se de oposição e critica, por vezes até iradamente, como lhe convém, um ou outro aspecto secundário, dessa política - sabendo ser essa a melhor forma de, de facto, a defender.
No sábado passado MST debruçou-se sobre «2009: o ano de todos os perigos».
Escreveu, escreveu, escreveu (uma página do Expresso exige uns largos milhares de caracteres...); verteu monotonamente o paleio da moda em relação à crise; arrotou umas tantas postas de fingido saber; bolsou todas as alarvices habituais nestas circunstâncias; e defecou a fedorenta tese da necessidade de, todos, cerrarmos fileiras para enfrentar a dita crise...
Todos! Ou seja: os que a provocaram e nada sofrerão com ela, e os que lhe sofrem as consequências mais brutais.
Nesse sentido, a grande preocupação de MST vai para os trabalhadores, isto é, para o papel que os trabalhadores têm a desempenhar na resolução da crise...
Ora, conclui MST, nessa matéria as coisas estão más. E estão más porquê?
Porque, explica MST,
«Vieira da Silva, talvez o melhor ministro deste Governo, falhou na ténue revisão da legislação laboral, que os sindicatos e o PCP combateram por todas as formas».
E agora, para agravar ainda mais a situação - grita MST, irritado - ainda veio «o Tribunal Constitucional declarar a inconstitucionalidade da norma que previa o alargamento do período experimental de 90 para 180 dias, antes da passagem do trabalhador a efectivo».
E em que é que o Tribunal Constitucional se baseou para tomar tão grave decisão?
MST infla a narina direita, passa a mão pela melena do mesmo lado, e explica, impaciente: «nos princípios do "direito ao trabalho" e da «segurança laboral», tão caros à nossa patética Constituição».
Para MST, essa coisa dos direitos dos trabalhadores é coisa ultrapassada e que deve ser, de imediato e definitivamente, posta de parte - tal como a «nossa patética Constituição» que, à revelia e em oposição á opinião de MST, ainda contempla velharias como o «direito ao trabalho»...
Direito ao trabalho, sim; mais do que isso: direito ao trabalho altamente remunerado - mas um direito selectivo, de elite, ou seja: para MST e para os seus colegas propagandistas da política de direita.
Finalmente, para superar a «crise», MST proclama a necessidade de uma «política de reformas» no estilo das que ele muito aprecia, tais como: as que o ex-ministro de Saúde começou a executar e as que a actual ministra da Educação está a executar.
Mas, como ele diz no título do seu artigo, há «perigos»: é que «a política de reformas e a própria necessidade de cerrar fileiras para enfrentar os tempos difíceis que aí vêm, encontram pela frente uma grandiosa e organizada resistência» - uma «resistência» diversificada, por vezes até proveniente de sectores antagónicos, mas da qual emerge, como perigo maior «a cartilha leninista do PCP, seguida à letra pelos sindicatos que lhe prestam obediência».
Salazar não diria melhor.
Esperemos que 2009 seja, de facto, «o ano de todos os perigos»: para a política de direita e, por arrasto, para todos os seus propagandistas encartados.
Esperemos e façamos tudo para que assim seja: lutando, lutando muito.
No sábado passado MST debruçou-se sobre «2009: o ano de todos os perigos».
Escreveu, escreveu, escreveu (uma página do Expresso exige uns largos milhares de caracteres...); verteu monotonamente o paleio da moda em relação à crise; arrotou umas tantas postas de fingido saber; bolsou todas as alarvices habituais nestas circunstâncias; e defecou a fedorenta tese da necessidade de, todos, cerrarmos fileiras para enfrentar a dita crise...
Todos! Ou seja: os que a provocaram e nada sofrerão com ela, e os que lhe sofrem as consequências mais brutais.
Nesse sentido, a grande preocupação de MST vai para os trabalhadores, isto é, para o papel que os trabalhadores têm a desempenhar na resolução da crise...
Ora, conclui MST, nessa matéria as coisas estão más. E estão más porquê?
Porque, explica MST,
«Vieira da Silva, talvez o melhor ministro deste Governo, falhou na ténue revisão da legislação laboral, que os sindicatos e o PCP combateram por todas as formas».
E agora, para agravar ainda mais a situação - grita MST, irritado - ainda veio «o Tribunal Constitucional declarar a inconstitucionalidade da norma que previa o alargamento do período experimental de 90 para 180 dias, antes da passagem do trabalhador a efectivo».
E em que é que o Tribunal Constitucional se baseou para tomar tão grave decisão?
MST infla a narina direita, passa a mão pela melena do mesmo lado, e explica, impaciente: «nos princípios do "direito ao trabalho" e da «segurança laboral», tão caros à nossa patética Constituição».
Para MST, essa coisa dos direitos dos trabalhadores é coisa ultrapassada e que deve ser, de imediato e definitivamente, posta de parte - tal como a «nossa patética Constituição» que, à revelia e em oposição á opinião de MST, ainda contempla velharias como o «direito ao trabalho»...
Direito ao trabalho, sim; mais do que isso: direito ao trabalho altamente remunerado - mas um direito selectivo, de elite, ou seja: para MST e para os seus colegas propagandistas da política de direita.
Finalmente, para superar a «crise», MST proclama a necessidade de uma «política de reformas» no estilo das que ele muito aprecia, tais como: as que o ex-ministro de Saúde começou a executar e as que a actual ministra da Educação está a executar.
Mas, como ele diz no título do seu artigo, há «perigos»: é que «a política de reformas e a própria necessidade de cerrar fileiras para enfrentar os tempos difíceis que aí vêm, encontram pela frente uma grandiosa e organizada resistência» - uma «resistência» diversificada, por vezes até proveniente de sectores antagónicos, mas da qual emerge, como perigo maior «a cartilha leninista do PCP, seguida à letra pelos sindicatos que lhe prestam obediência».
Salazar não diria melhor.
Esperemos que 2009 seja, de facto, «o ano de todos os perigos»: para a política de direita e, por arrasto, para todos os seus propagandistas encartados.
Esperemos e façamos tudo para que assim seja: lutando, lutando muito.
19 comentários:
MST cada vez se revela mais patéctico. Cerremos fileiras mas não pisemos a bostade MST.
Abraço.
Fernando Samuel
De facto esse homem desilude-me todos os dias....
È uma chatice as Centrais Sindicais e os trabalhadores de uma forma geral acharem que têm o direito a opinar sobre as regras de relações de trabalho, outra chatice é os cidadãos acharem que podem opinar face á Saude ou á Educação, grande gaita!
Mais chato que tudo isso é os partidos da oposição fazerem.....oposição!
Não devia de ser assim!
Aliás tempos houve que não eram assim, até tinha um nome, deixa cá ver see me lembro............ah já sei Ditadura, não era?
Beijo
Oxalá MST tenha razão quanto à grandiosidade dos "perigos". Os perigos dele são a nossa salvaguarda.
Abraço
Fernando,
Como o arreigado confessa, "business as usual" ou como de costume.
Medo, confusão, tergiversação, boato, propaganda, e um extenso rol de etc's. A função dos ineptos, modelar realidades segundo o instituido, corruptos de si próprios.
A revolução é hoje!
Esperemos que o Miguel Sousa Tavares se afogue no uísque. Já O Francisco Sousa Tavares dizia que o ordenado de deputado não dava para o uísque.
Como, "em tempos de crise", os democratas Mas Sem Trambelho se travestem no que são, ou naquilo para que têm vocação: desbragados elitistas, ou melhor, fascistas.
Ele está com medo, camarada! Tanto o governo como o FC Porto já não mostram a mesma "consistência" dos outros anos...
Ainda assim, chamar de "patética" a Constituição é digno registo dum verdadeiro Alberto João Jardim ou... de um Pinto da Costa (os adeptos do FCP que me perdoem..).
Tenho pena. MST podia ter saído um bocadinho mais à mãe e menos ao pai, não é?
O que se tornou um grande perigo para mim, para a minha saude principalmente, foi ler os jornais dominados pelo capital, com opiniões desta e outras bestas. Mas o que nos contas aqui é realmente extraordinario, ultrapassando tudo o que vi até agora.
É uma besta!
Por pura sorte dele, "os grandiosos perigos e a resistência", têm coisas muito mais importantes para fazer, portanto, calculo que ninguém se desvie um passo do seu caminho para lhe ir partir a tromba.
Abraço
O gajo é uma besta reaccionária!
Quanto mais protagonismo tem pelas fotonovelas de cordel que anda a fazer, mais depressa vai tirando a máscara, de fascista que é.
“patética Constituição”??? “Vieira da Silva, o melhor ministro”???
O problema dele não é os sindicatos é, o PCP!
GR
E pariu uma mãe daquelas uma avantesma destas!...
Borrou-se todo, com medo dos estivadores, à porta da Câmara;
agora, com todo este chorrilho de asneiras, mais não faz que, confessando o seu ódio ao PCP, manifestar o medo que dele tem! - as calças devem estar outra vez sujas...
Abraço
Rui Silva
De repente lembrei-me de Brecht, e do "analfabeto político". Nem sei bem porquê...
Um beijo grande
Falso democrata!
Que pena os estivadores não lhe terem dado umas boas cacetadas.
Nós vamos continuar como sempre lutando, para que todas as politicas de direita sejam derrotadas.
A luta continua!
Um abraço
se bem me lembro aquando do aparecimento do código do trabalho, este artista vinha todas as semanas para a tv dizer barbaridades...
falou sempre sem conhecimento da lei, e continua a faze-lo, lamento que no meu pais um senhor como este venha mandar postas de pescada sobre tudo e todos, sem saber do que fala...
é um fascista!
tirando a parte sobre o direito do trabalho que acho estupido, sobre o PCP tem toda a razão.
J.Z.Mattos
j z mattos: e é isso que o assusta, é?
salvodoncuto: sim cerremos fileiras apenas...
Um abraço.
CRN: assim vai aquela cabeça...
Um abraço.
Aristides: realmente, quanto mais e maiores perigos desses, melhor.
Um abraço,
Ana Camarra: saudosos tempos, esses...
Um beijo.
Antuã: nunca mais me tinha lembrado dessa...
Um abraço.
do zambujal: mercenários da escrita ao serviço da política de direita.
Um abraço.
chalana: de facto, há muitas semelhanças entre esses três...
Abraço.
crixus: é preciso a «máquina» estar a funcionar bem para poder ouvir as notícias deles...
Abraço.
samuel: e daí... olha que talvez não fosse má ideia...
Um abraço.
GR: o problema dele é... ele.
Um beijo.
rui silva: este é daqueles que, em momentos de perigo, deixam sair a coragem toda pelo fundo das calças...
Um abraço.
Maria: por que é que terá sido?
Um beijo.
Hilário: lutar é o caminho.
Um abraço.
julio: quem fala como ele fala, não precisa de saber seja o que for...
Um abraço.
J.Z.Mattos: já são três: o Salazar, o MST e o Mattos. Nada mau.
Antonio Lains Galamba: é...
Abraço.
Fernando,
e pago!
A revolução é hoje!
Caro António L. Galamba: infelizmente o comunismo sempre foi assustador. matou muita gente, milhões. depois do 25 de abril o pcp quis ca uma ditadura. percebe? é que pcp é leninista de facto.
J.Z.Mattos
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