Há trinta e cinco anos, um golpe militar - concebido e organizado pela CIA e concretizado por militares fascistas chilenos - derrubou o Governo de Salvador Allende, eleito em eleições de facto democráticas, e implantou uma das mais bárbaras ditaduras de que há memória, chefiada pelo facínora Pinochet.
O Presidente Allende foi uma das primeiras vítimas da barbárie fascista que se seguiu ao golpe.
Tal como Victor Jara, barbaramente assassinado logo na primeira vaga repressiva.
Muitos milhares de chilenos - comunistas, socialistas e outros democratas - foram presos, torturados, assassinados.
Nixon, então Presidente dos EUA, aplaudiu entusiásticamente o morticínio.
O Cravo de Abril, para além de assinalar essa data trágica, relembra - para que as nossas memórias registem - números respeitantes aos financiamentos promovidos pelos EUA, visando a liquidação da democracia e da liberdade no Chile - financiamentos iniciados muito antes do golpe fascista através da CIA, instalada no Chile como em todos os outros países da América Latina (e não só...).
1969 - 1 milhão de dólares entregue aos opositores do candidato Salvador Allende, tentando impedir a vitória deste (em eleições anteriores, a CIA já tinha investido fortemente, e dessas vezes com êxito, visando o mesmo objectivo).
1970 - 350. 000 dólares para subornar membros do Congresso chileno para que não votassem em Allende na sessão que devia decidir sobre o futuro presidente do Chile.
1971 - 1 milhão e meio de dólares entregues a candidatos da oposição às eleições municipais.
Entre 1971 e 1973 - 5 milhões de dólares utilizados na desestabilização política e económica do país.
Para além disso,
vários milhões de dólares foram fornecidos a empresas privadas, a sindicatos e à imprensa de direita - indo a maior fatia para o diário mais importante: El Mercúrio, e
a CIA pagou a agentes chilenos para que se infiltrassem nos escalões superiores do Partido Socialista;
a CIA pagou a provocadores para actos de sabotagem na economia chilena;
a CIA organizou dezenas de manifestações de rua contra o Governo de Allende;
a CIA financiou as greves dos comerciantes e dos taxistas;
a CIA organizou e financiou integralmente a greve dos camionistas, que durou 45 dias e constituíu um dos mais graves golpes na economia chilena.
(estas são verbas e práticas já reconhecidas pelos EUA - o que significa que estão muito aquém da realidade...)
Um ano depois do golpe sangrento, o então Presidente Gerald Ford foi entrevistado pela revista Time:
Jornalista: Que lei internacional nos dá o direito de tentar desestabilizar o governo constitucionalmente eleito de outro país?
Presidente dos EUA: Não vou pronunciar-me aqui sobre se isso é ou não permitido por leis internacionais. É um facto reconhecido, no entanto, que tanto historicamente como no presente, tais acções se aplicam no melhor interesse dos países envolvidos. O nosso governo, tal como outros governos, emprende essas acções para ajudar a boa orientação das políticas externas e para proteger a segurança nacional... A CIA tentou ajudar, no Chile, a preservação dos jornais opositores e das rádios e apoiar os partidos da oposição»
Esta visão das coisas continua em vigor, hoje, nos EUA.
Repare-se no que está acontecer, por exemplo, na Venezuela e, de forma mais acentuada, na Bolívia:
não é verdade que a ofensiva das forças reaccionárias bolivianas contra o governo democrático de Evo Morales é, em muitos aspectos, a repetição do que se passou no Chile?;
e não é verdade que por detrás dessa ofensiva antidemocrática está o mesmo imperialismo norte-americano que organizou o sangrento golpe de estado noChile?
Tudo isto a mostrar a quem não quiser ser cego que o imperialismo norte-americano é o inimigo número um da democracia, da liberdade e dos direitos humanos.
O Presidente Allende foi uma das primeiras vítimas da barbárie fascista que se seguiu ao golpe.
Tal como Victor Jara, barbaramente assassinado logo na primeira vaga repressiva.
Muitos milhares de chilenos - comunistas, socialistas e outros democratas - foram presos, torturados, assassinados.
Nixon, então Presidente dos EUA, aplaudiu entusiásticamente o morticínio.
O Cravo de Abril, para além de assinalar essa data trágica, relembra - para que as nossas memórias registem - números respeitantes aos financiamentos promovidos pelos EUA, visando a liquidação da democracia e da liberdade no Chile - financiamentos iniciados muito antes do golpe fascista através da CIA, instalada no Chile como em todos os outros países da América Latina (e não só...).
1969 - 1 milhão de dólares entregue aos opositores do candidato Salvador Allende, tentando impedir a vitória deste (em eleições anteriores, a CIA já tinha investido fortemente, e dessas vezes com êxito, visando o mesmo objectivo).
1970 - 350. 000 dólares para subornar membros do Congresso chileno para que não votassem em Allende na sessão que devia decidir sobre o futuro presidente do Chile.
1971 - 1 milhão e meio de dólares entregues a candidatos da oposição às eleições municipais.
Entre 1971 e 1973 - 5 milhões de dólares utilizados na desestabilização política e económica do país.
Para além disso,
vários milhões de dólares foram fornecidos a empresas privadas, a sindicatos e à imprensa de direita - indo a maior fatia para o diário mais importante: El Mercúrio, e
a CIA pagou a agentes chilenos para que se infiltrassem nos escalões superiores do Partido Socialista;
a CIA pagou a provocadores para actos de sabotagem na economia chilena;
a CIA organizou dezenas de manifestações de rua contra o Governo de Allende;
a CIA financiou as greves dos comerciantes e dos taxistas;
a CIA organizou e financiou integralmente a greve dos camionistas, que durou 45 dias e constituíu um dos mais graves golpes na economia chilena.
(estas são verbas e práticas já reconhecidas pelos EUA - o que significa que estão muito aquém da realidade...)
Um ano depois do golpe sangrento, o então Presidente Gerald Ford foi entrevistado pela revista Time:
Jornalista: Que lei internacional nos dá o direito de tentar desestabilizar o governo constitucionalmente eleito de outro país?
Presidente dos EUA: Não vou pronunciar-me aqui sobre se isso é ou não permitido por leis internacionais. É um facto reconhecido, no entanto, que tanto historicamente como no presente, tais acções se aplicam no melhor interesse dos países envolvidos. O nosso governo, tal como outros governos, emprende essas acções para ajudar a boa orientação das políticas externas e para proteger a segurança nacional... A CIA tentou ajudar, no Chile, a preservação dos jornais opositores e das rádios e apoiar os partidos da oposição»
Esta visão das coisas continua em vigor, hoje, nos EUA.
Repare-se no que está acontecer, por exemplo, na Venezuela e, de forma mais acentuada, na Bolívia:
não é verdade que a ofensiva das forças reaccionárias bolivianas contra o governo democrático de Evo Morales é, em muitos aspectos, a repetição do que se passou no Chile?;
e não é verdade que por detrás dessa ofensiva antidemocrática está o mesmo imperialismo norte-americano que organizou o sangrento golpe de estado noChile?
Tudo isto a mostrar a quem não quiser ser cego que o imperialismo norte-americano é o inimigo número um da democracia, da liberdade e dos direitos humanos.
7 comentários:
Ainda bem que há gente com memória que não esquece o 11 de Setembro de 1973. Eu também o recordei, lá no CR!
Assim, sem panos quentes... os bois e os seus respectivos nomes.
Abraço
carlos barbosa de oliveira: já lá fui e já li: bom texto. Parabéns.
Um abraço.
samuel: de acordo com o que previste no cantigueiro, dos jornais de hoje que li, nenhum fala do golpe do chile...
Um abraço.
Texto fantástico! Copiei e enviei para a minha lista de emails, desculpa mas tinha de ser. A verdade tem de ser conhecida!
bjs
Não podemos deixar esquecer. Temos que chamar os bois pelos nomes. a verdade é que os genocidas estão no poder na maioria dos governos de todos os continentes. A luta é difícil mas a vitória da humanidade um dia chegará.
Atenção
Evo Morales já despachou o Embaixador americano, acusando-o de instigar a inssurreição na Bolivia.
Penso que foi a melhor maneira de dar a conhecer ao mundo, que nada acontece por acaso.
Avante Bolivia, a Blivia vencerá!
sal: um beijo grande e o desejo de que tudo esteja bem...
antuã: é uma questão de tempo... e de luta...
Abraço.
poesianopopular: o embaixador foi expulso por estar a apoiar os «grupos fascistas que ameçam o país de guerra civil»...
Um abraço.
Enviar um comentário