O furacão Gustav, depois de espalhar a destruição e a morte nas Caraíbas, aproxima-se do Estado norte-americano de Louisiana e da sua maior cidade, Nova Orleães, onde deverá chegar ao fim da tarde de hoje.
A maior parte do espaço dedicado pelos média ao furacão, tem incidido mais nas informações sobre a iminência deste seu «assalto» do que sobre a sua passagem pelo Haiti, pela Jamaica, pela República Dominicana e por Cuba.
Percebe-se que assim seja: por um lado, porque, como sabemos, para os média dominantes, os EUA têm sempre prioridade em relação a qualquer outro país do mundo (e, quando há mortos, cada morto norte-americano «vale» sempre muito, muito mais do que qualquer outro); por outro lado, porque a tragédia que foi a passagem do furacão Katrina por Nova Orleães, em 2005, continua bem viva na memória de milhões de pessoas em todo o mundo: a destruição, os diques que rebentaram, o pavor, mais de 1800 mortos, centenas de milhares de desalojados... Tudo isto, enquanto o Presidente Bush, desinteressado da tragédia que ocorria no seu país - de férias estava e de férias ficou... - se interessava por provocar a tragédia do Iraque.
É possível que esta particular atenção dos média a Nova Orleães tenha a ver, também, com o facto de os diques que há três anos cederam, ainda não estarem reparados e de a maioria dos desalojados de então continuar a viver em precárias caravanas...
Talvez se deva a esse facto, igualmente, a dramática exortação, ontem, do mayor, Ray Nagin aos habitantes da cidade: «Ponham-se a mexer de Nova Orleães. Agora! Se decidirem ficar estão por vossa conta. Não vão ter serviços de apoio de emergência».
Palavras de dar confiança, como se vê...
Mas, voltando aos terríveis danos já provocados pelo Gustav: segundo os dados divulgados, o furacão deixou atrás de si um rasto de destruição em todos os países por onde passou - e um rasto de morte em quase todos.
Os números já apurados são dramáticos: no Haiti morreram 76 pessoas, na Jamaica, 11, e na República Dominicana, 8.
Em Cuba não se registou nenhuma morte - não obstante as destruições terem sido brutais, tanto mais que o Gustav passou por ali na sua máxima força, chegando a atingir a intensidade 5, numa escala de 5 (em Nova Orleães, em 2005, atingiu intensidade 3), com os ventos a 340Km/hora e ondas de 5/6 metros.
As razões da diferença entre as consequências do furacão em Cuba e nos outros países do Caribe, não pareceram relevantes para os média: alguns não lhe fazem qualquer referência e outros referem-se-lhes nos termos habituais, de que aqui deixo dois exemplos:
! - «Cuba, vêm lembrando as agências, é um dos países mais preparados para este tipo de catástrofes» - repare-se na subtileza daquele distanciamento: «vêm lembrando as agências»...
2 - «Ao contrário do resto do Caribe, a ilha comunista, habituada às tempestades tropicais, não registou mortes»: pronto, está a explicação encontrada: trata-se, apenas e só, de uma questão de «hábito» - um «hábito» que, ao que parece, não existe nos restantes países, apesar de estarem... habituados a serem vítimas, todos os anos, dos mesmos furacões que passam por Cuba...
Assim fogem ao reconhecimento de uma realidade que decorre do facto de, em Cuba, as preocupações com o ser humano constituirem a primeira prioridade em todas as situações.
Porque é isso que está na origem de os serviços de defesa Civil de Cuba serem os melhor organizados e os melhor preparados em todos países da região afectada por estas catástrofes, EUA incluídos. E foi isso que fez com que fosse accionado, no devido tempo, todo um vasto conjunto de medidas, entre elas a retirada da trajectória do furacão de cerca de 300. 000 pessoas - salvando assim muitas vidas humanas.
Porque essa preocupação prioritária com o ser humano é o traço distintivo essencial entre socialismo e capitalismo.
A maior parte do espaço dedicado pelos média ao furacão, tem incidido mais nas informações sobre a iminência deste seu «assalto» do que sobre a sua passagem pelo Haiti, pela Jamaica, pela República Dominicana e por Cuba.
Percebe-se que assim seja: por um lado, porque, como sabemos, para os média dominantes, os EUA têm sempre prioridade em relação a qualquer outro país do mundo (e, quando há mortos, cada morto norte-americano «vale» sempre muito, muito mais do que qualquer outro); por outro lado, porque a tragédia que foi a passagem do furacão Katrina por Nova Orleães, em 2005, continua bem viva na memória de milhões de pessoas em todo o mundo: a destruição, os diques que rebentaram, o pavor, mais de 1800 mortos, centenas de milhares de desalojados... Tudo isto, enquanto o Presidente Bush, desinteressado da tragédia que ocorria no seu país - de férias estava e de férias ficou... - se interessava por provocar a tragédia do Iraque.
É possível que esta particular atenção dos média a Nova Orleães tenha a ver, também, com o facto de os diques que há três anos cederam, ainda não estarem reparados e de a maioria dos desalojados de então continuar a viver em precárias caravanas...
Talvez se deva a esse facto, igualmente, a dramática exortação, ontem, do mayor, Ray Nagin aos habitantes da cidade: «Ponham-se a mexer de Nova Orleães. Agora! Se decidirem ficar estão por vossa conta. Não vão ter serviços de apoio de emergência».
Palavras de dar confiança, como se vê...
Mas, voltando aos terríveis danos já provocados pelo Gustav: segundo os dados divulgados, o furacão deixou atrás de si um rasto de destruição em todos os países por onde passou - e um rasto de morte em quase todos.
Os números já apurados são dramáticos: no Haiti morreram 76 pessoas, na Jamaica, 11, e na República Dominicana, 8.
Em Cuba não se registou nenhuma morte - não obstante as destruições terem sido brutais, tanto mais que o Gustav passou por ali na sua máxima força, chegando a atingir a intensidade 5, numa escala de 5 (em Nova Orleães, em 2005, atingiu intensidade 3), com os ventos a 340Km/hora e ondas de 5/6 metros.
As razões da diferença entre as consequências do furacão em Cuba e nos outros países do Caribe, não pareceram relevantes para os média: alguns não lhe fazem qualquer referência e outros referem-se-lhes nos termos habituais, de que aqui deixo dois exemplos:
! - «Cuba, vêm lembrando as agências, é um dos países mais preparados para este tipo de catástrofes» - repare-se na subtileza daquele distanciamento: «vêm lembrando as agências»...
2 - «Ao contrário do resto do Caribe, a ilha comunista, habituada às tempestades tropicais, não registou mortes»: pronto, está a explicação encontrada: trata-se, apenas e só, de uma questão de «hábito» - um «hábito» que, ao que parece, não existe nos restantes países, apesar de estarem... habituados a serem vítimas, todos os anos, dos mesmos furacões que passam por Cuba...
Assim fogem ao reconhecimento de uma realidade que decorre do facto de, em Cuba, as preocupações com o ser humano constituirem a primeira prioridade em todas as situações.
Porque é isso que está na origem de os serviços de defesa Civil de Cuba serem os melhor organizados e os melhor preparados em todos países da região afectada por estas catástrofes, EUA incluídos. E foi isso que fez com que fosse accionado, no devido tempo, todo um vasto conjunto de medidas, entre elas a retirada da trajectória do furacão de cerca de 300. 000 pessoas - salvando assim muitas vidas humanas.
Porque essa preocupação prioritária com o ser humano é o traço distintivo essencial entre socialismo e capitalismo.
12 comentários:
Sobre o GUSTAV tive oportunidade de verum reporter estrevistando um cidadão de Cuba "é preciso ajudar e colaborar com as pessoas, para defender as suas coisas e as do Estado". Fiquei admirado como aquele cidadão de Cuba defendia as coisas do Estado como coisa sua, admirado mas com a diferença entre os cidadãos Cubanos E os outros, doutros países.
Porque será? Vejam lá se adivinham!
Caro Camarada,
O anticomunismo é uma caracteristica, cada vez mais vincada, dos políticos de direita e esquerda burguesa, dos capitalistas e dos meios de comunicação.
A omissão da actividade dos comunistas ou a sua deturpação, quando não se pode omitir, é caracteristica da noticia escrita e televisiva.
Vale sempre apena, e nunca é demais, desmascarar os lacaios dos capitalistas.
Devagar, devagarinho, lá chegaremos porque estamos no caminho correcto.
Cumprimentos
Mário Figueiredo
Cuba, mesmo com os problemas e imperfeições que se conhecem, é muito difícil de "entender" para muita gente. Assim, sempre que se sabe de algo bom ou muito bom que por lá aconteça... "foi sorte", ou como neste caso, "hábito".
Belissimo texto - melhor, diria eu, quem fala assim não é gago.
-Ai deles que se pusessem a informar sobre a evolução do furacão Gustav, na sua passagem pelas Caraíbas...sobre as suas vitimas... sobre a atitude de cada governo no que diz respeito a segurança das suas populações. Logo uma boa maioria de pessoas perceberia quem é que de facto defensor dos direitos humanos. E para quem o valor da vida humana é o mais alto dos valores.
Viva Cuba Viva Fidel
a.ferreira
Cuba continua-lhes atravessada na garganta, e assim limitam-se a dizer que "está habituada".... e os outros paíse do caribe, não estão habituados?
O que eles não dizem, é que em Cuba o que importa é, verdadeiramente, salvar as pessoas, garantir que estão a salvo, proteger da forma possível o que for alvo das ondas e do furação (que saudades de me passear no Malecón com uns borrifos salgados). Porque lá o que importa é o SER HUMANO em primeiro lugar.
Neste preciso momento estou a ver em directo o mar a tentar derrubar os diques em New Orleans. E o presidente deles vai falar daqui a 5 minutos, dizem. Desta vez interrompeu as férias....
Um beijo
(e não falei do cheiro de Cuba...)
poesianopopular: é difícil adivinhar...
Um abraço.
mário figueiredo: chegaremos, talvez mais cedo do que tarde, chegaremos ao nosso objectivo...
Um abraço, camarada.
samuel: há muita coisa criticável em Cuba, mas curiosamente, regra geral, não é isso que eles criticam... preferm criticar o que não «é»...
Abraço.
xica: ora bem..
um beijo.
a.ferreira: eles sabem que quando disserem a verdade, estão condenados...
Um abraço.
maria: esse cheiro que a nossa memóroa guarda para sempre...
Um beijo.
Tenho andado a matutar em tudo isto.
Chego aqui e está cá tudo escarrapachado.
É, naturalmente, porque é verdade!
Abraço
rui silva
Lá que o capitalismo explora o homem isso é inteiramente verdade. Agora o socialismo? Veja-se o que aconteceu nos Gulags e o que aconteceu às oposiçoes nos paises socialistas - aqueles que lutaram pela liberdade, para além dos milhoes que morriam à fome; mesmo em Cuba e na China àqueles que falam mal dos seus PCs estao tramados. Mas enfim tirando "esses" que se calhar nao eram humanos, o socialismo preocupa-se com o ser humano.
Enfim, uns dizem que um é melhor e outro é pior. Talvez eu seja um ignorante nestas coisas mas a verdade é que a vida nao esta melhor e até ao momento nem os socialistas nem os capitalistas ofereceram felicidade ao mundo. Acabam por serem iguais.
Um abraço
J.Z.Mattos
rui silva: abraço.
J.Z.Mattos: e sobre o furacão Gustav, nada a dizer?...
Ouvi hoje que a Cruz Vermelha vai apoiar o paises que sofreram danos pelo Gustav, incluindo Cuba.
J.Z.Mattos
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