Como podemos constatar diariamente, o Público é um defensor intransigente da democracia. E da liberdade. E dos direitos humanos.
O Público não suporta «regimes autoritários» dirigidos por «ditadores», por «prepotentes» - e se tais «ditadores» são «populistas» e «demagogos», então o órgão central da Sonae entra em parafuso.
Isto porque, como o Público não se cansa de nos dizer, estes «populistas» e «demagogos» são governantes irresponsáveis que, entre outras coisas maléficas e perversas, desviam o dinheiro do petróleo para matar a fome aos esfomeados - e isso é, na democraticíssima visão do Público, ir contra a «ordem natural das coisas», segundo a qual «ricos e pobres, sempre houve e há-de haver».
Daí o tiroteio cerrado e irritado com que o jornal de Belmiro de Azevedo fustiga sistematicamente, entre outros, o Presidente Hugo Chávez.
Desta vez, a irritação do Público radica no facto de o governo venezuelano ter posto a andar do país dois membros de uma tal Human Rights Watch - que é coisa gerada por progenitores familiares dos que geraram o Público.
E afinal, por que é que esses dosi indivíduos - um chileno e um norte-americano - foram antidemocraticamente expulsos da Venezuela?
Apenas porque, em meritória e louvável missão democrática, foram a Caracas fazer uma conferência de imprensa, na qual apresentaram as conclusões de um volumoso relatório produzido pela sua Human Rights etc no qual é feita a análise dos «dez anos de governação de Chávez».
O relatório - diz o Público - é muito crítico» e acusa o Presidente Chávez de tudo e mais alguma coisa em matéria de democracia, de liberdade e de direitos humanos...
Para além disso, o relatório - sempre segundo o Público - trata «com ironia o golpe de Estado de 2002 contra Chávez»...
E para além disso ainda, o relatório dá conselhos a Chávez, indicando-lhe uma série de medidas que deve tomar «para reparar os danos causados» pela sua política - medidas que podem resumir-se assim: Chávez deve deixar de fazer a política que faz e passar a fazer a política que os EUA querem que faça...
Simples, como se vê. E democrático...
Ora, o Governo venezuelano, em vez de, democraticamente, acatar os conselhos dos dois indivíduos - conselhos dados «de viva voz», na capital da Venezuela - expulsou-os antidemocraticamente, despachando-os «no primeiro voo disponível».
E isso, o Público não tolera nem admite... E protesta escandalizado. E denuncia a «intolerância do Presidente da Venezuela»...
O Público está cheio de razão...
E a Human Rights etc também...
E os EUA, esse nem se fala...
Por mim, faço votos para que o Governo venezuelano e o Presidente Chávez continuem a ser, por muitos e muitos anos, alvo dos ataques do Público, da Human Rights etc e dos EUA...
15 comentários:
Quem me dera que o povo venuzuelano continue a irritar o Belmiro e os seus capangas.
Enquanto enervarem tanto esta extirpe de inimigos... alguma coisa de bom devem estar a fazer!
Abraço
ao ler a noticia tive uma súbita vontade de rir. nas andanças do Público eles já não escondem quase nada. é dito às claras :trata «com ironia o golpe de Estado de 2002 contra Chávez»... está tudo dito...
tratemos também nós destes tipos com ironia.
realmente é digno de um jornal isento! e, nessa isenção, democrático. claro está.
Eu tenho uma desconfiança quase patológica pela maioria das chamadas ONG.
Depois estou como o Samuel, mesmo que não soubesse mais nada sobre o assunto o simples facto de irritarem certas pessoas quer dizer que estão muito bem naquele caminho.
beijocas
Fernando Samuel permita-me uma questão: já visitou a Venezuela?
Fernando Samuel desculpa,apesar da pergunta ser dirigida a ti, eu não resisto à tentação de perguntar à Maria Teresa:-que Venezuela? a anterior a Chaves ou após Chaves?
A Venezuela está à distância dum clik minha amiga!
Fernando
Desde que o Presidente Hugo Chaves foi eleito demacráticamente,que tem sido vítima das pressões, e intrumissões do capitalismo americanoassim como a Bloívia,Cuba Chile Argentina México,bem vou parar,senão vou ter de dizer o nome da maioria dos países do mundo.
A luta continua
Abraço
antuã; enquanto assim for, é bom sinal...
Um abraço.
samuel: é isso que penso, portanto... que o Chávez leva muita porrada deles - e já agora que se deixe daquelas manifestações de apreço pelo sócrates...
Um abraço.
coluna: isento, democrático, independente, imparcial...
Um abraço.
ana camarra: já somos dois... é que a maioria dessas ongs... cheira-me a esturrro...
Um beijo amigo.
maria teresa: sim, estive na Venezuela por alturas de uma campanha eleitoral em que Chávez foi eleito. Foi, para mm, uma experiência inesquecível.
Um beijo amigo.
poesianopopular; e assim continuarão a fazer sempre...
Um abraço.
Fernando Samuel a pergunta que lhe fiz tem uma justificação. Viajo muito para poder conhecer, in locco, os problemas que afectam os povos, a sua cultura,... Misturo-me com as pessoas, e posso afirmar que Hugo Chaves representa o País mas não representa a Nação.
Que me desculpe o Fernando Samuel. Mas esta estória de representar o país mas não representar a nação leva-me umas décadas atrás. É que, segundo alguns autores, Salazar reprepresentava bem a Nação Portuguesa mas o País!...
maria teresa: No sentido em que fala, não há, a meu ver, nenhum chefe de Estado (em nenhum país do mundo) do qual se possa dizer que «representa a Nação».
No entanto, não sei de nenhum outro chefe de Estado do qual se possa dizer, como de Hugo Chávez, que «representa o País»: em 10 anos, Chávez foi eleito Presidente mais vezes do que qualquer outro em qualquer outro país; obteve sempre votações superiores às obtidas pela imensa maioria dos outros chefes de Estado do mundo - e, o que não é de menor importância, em eleições mais livres do que as realizadas na imensa maioria dos outros países.
É claro que nós vivemso um tempo complexo, difícil, perigoso e cheio de aramadilhas à nossa inteligência e à nossa sensibilidade - e, acima de tudo, de ataques aos direitos a que, pelo simples facto, de existirmos, temos direito.
Para quem ouse enfrentar esta «nova ordem» dominante, há mil e um mecanismos que, disparando automáticamente, atingem o «prevaricado das mais diversas formas.
Penso que Hugo Chávez é o exemplo de um desses «prevaricadores» - e, a meu ver, ele - pela sua amnrira de ser, pela sua exuberância torrencial - expõe-se demasiado...
Mas este é um tema inesgotável...
Um beijo amigo.
antuã: não tens que pedir desculpa, camarada, diz á vontade o que quiseres dizer.
Um abraço grande.
Fernando,
Aqui está mais uma prova de que o pasquim da sonae, de isenção não tem nada.
Quanto Presidente Chávez, espero que continue a trabalhar para a melhoria de vida do seu povo e mantenha na ordem as grandes multinacionais e o capitalismo americano, que seja sempre solidário com os povos vizinhos, na luta contra o imperialismo.
Espero que continue sempre assim e que não nos desiluda.
Um Abraço
hilário: é isso que todos esperamos e desejamos que aconteça.
Um abraço, camarada.
Se é inesgotável! E embora não concorde inteiramente consigo, verifiquei com agrado, a coerência e a "paixão" que pôs nas suas palavras, não usou frases feitas e uma certa "precipitação" na escrita traduzida por troca de letras, revela que está "vivo" e que é pessoa para uma boa e produtiva "discussão".
Um abraço
maria teresa: ...uma discussão que é fascinante; que, seguramente, será útil para todos os que nela participarem; e que é, talvez, mais necessária do que nunca, dada a complexidade e os perigos do tempo que vivemos...
Um beijo amigo - e comente sempre.
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