O colectivo do Cravo de Abril assinala a data do falecimento de Agostinho Neto, médico de profissão e primeiro presidente de Angola entre 1975 a 1979, com um dos seus poemas.
Contratados
Longa fila de carregadores
domina a estrada
com os passos rápidos
Sobre o dorso
levam pesadas cargas
Vão
olhares longínquos
corações medrosos
braços fortes
sorrisos profundos como águas profundas
Largos meses os separam dos seus
e vão cheios de saudades
e de receio
mas cantam
Fatigados
esgotados de trabalhos
mas cantam
Cheios de injustiças
calados no imo das suas almas
e cantam
Com gritos de protesto
mergulhados nas lágrimas do coração
e cantam
Lá vão
perdem-se na distância
na distância se perdem os seus cantos tristes
Ah!
eles cantam...
In "Sagrada esperança"
7 comentários:
João
Era eu miudo(15anos) mais ou menos, recordo-me de ver o Dr. Agostinho Neto no café Portugal, lá da varanda do iº andar era costume lançarem panfletos, para o Rossio, e lá vinha a polícia apanhr tudo, uove uma vez que me tiraram um da mão.
Cantar tambem é uma forma de protesto!
Abraço camarada
Este é que é o tal "poeta medíocre" do Agualusa?
Nááá!!! Deve ser outro... :)))
Abraço
Um Homem, digno do titulo
Agostinho neto poeta e revolucionário. quanto à água do Luso não sei como está a sua qualidade.
O Presidente que foi embora cedo demais, o poeta Resistente com um doce sorriso, tanto tinha ainda para nos dar.
Bonita e justa homenagem.
GR
João, obrigado por lembrares Agostinho Neto, referência maior da África - e com um belíssimo poema.
Um abraço grande.
A tod@s,
Obrigado pelos comentários, é sempre importante recordar quem luta pela liberdade e sonha conquistar a justiça social!
Abraços e beijos
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