vieram bicar-me à janela. estão habituados às sementes de alpista e agora veem o limiar da fome reduzido à minha vontade. são bonitas as milheiriças vestidas para a primavera. trazem consigo a infância que deixei. vêm, em nome dos meus mortos, cobrar-me a doçura nos sugos (às vezes «pintarolas») que me foram dados. vêm cantar serenatas à solidão que assim premedita. Vêm trazer novas do mundo da ternura que os homens ignoram.
auditório liberdade
22 de fevereiro de 2005
lains de ourém
6 comentários:
Vêm trazer bocadinhos de alegria,nestes tempos sombrios.
Mais um poema escrito em prosa, tão cheio de ternura.
As Milheiriças são lindas.
BJS,
GR
Tanta ternura...
Beijinho, António.
Tão lindo, que faz lembrar o que de bom há neste mundo que querem e andam a destruir.
Um beijo.
Lindo,uma das aves de todas as infâncias.
Um abraço,
mário
:) Tão bonita, a milheiriça... e fico sem palavras...
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