POEMA

NA FÁBRICA ONDE EU TRABALHAVA


Na fábrica onde eu trabalhava havia muito frio
mas os meus camaradas sorriam e contávamos histórias
uns aos outros
de vez em quando encandeávamo-nos e esfregávamos os olhos
depois olhávamos admirados a perfeição da soldadura

medíamos dobrávamos batíamos o ferro
e era como se pouco a pouco algo dentro de nós se construísse
tínhamos ali as nossas entranhas e o nosso jardim

e aquilo era como a nossa horta ou a nossa casa à hora do almoço


José Vultos Sequeira

5 comentários:

samuel disse...

O espectáculo da dignidade não tem preço!

Abraço

Maria disse...

Comoventemente belo!

Um beijo grande

Anónimo disse...

Portentoso, brioso...
:)

Sílvia MV

vovó disse...

este, é daqueles para ler, reler... e pensar... e voltar a ler...
é tão simples a dignidade!

beijocassss

Fernando Samuel disse...

samuel: Por isso é dignidade...
Um abraço.

Maria: sem dúvida.
um beijo grande.

Sílvia MV:... fabuloso...
Um beijo.

vovó: de uma simplicidade... complexíssima...
Um beijo.