A participação de Obama na Cimeira da América visava, disse ele,
«criar um novo relacionamento de cooperação com a América Latina»,
já que, segundo disse,
«com tudo o que está em jogo, não podemos deixar de nos ouvir uns aos outros, Temos de encontrar e construir os nossos interesses comuns»,
e para isso é necessário, sempre nas palavras de Obama,
«ouvir e aprender».
Obama foi lá, ouviu e terá aprendido - provavelmente terá, até, aprendido muito - mas não aprendeu o essencial, e por isso não fez aquilo que deveria fazer: anunciar o fim do bloqueio a Cuba.
Se o tivesse feito, teria dado inequívocas provas de «mudança». Não o tendo feito, e recorrendo aos mesmos argumentos dos seus antecessores (Bush incluído), mostrou que a sua «mudança» não passa de paleio.
A utilização do «argumento» dos «direitos humanos» tem servido a todos os presidentes dos EUA, desde Kennedy, para justificar quer o bloqueio, quer o conjunto de acções terroristas desencadeadas pelo imperialismo norte-americano contra Cuba.
Tal «argumento» tem servido, igualmente, para desviar as atenções da falta de palavra de todos esses presidentes dos EUA.
Com efeito, remontando ao ano de 1962, recordamos que, face às ameaças e tentativas de invasão de Cuba, a União Soviética, a pedido do governo cubano, instalou bases de mísseis na Ilha, e que a resposta dos EUA a essa decisão colocou o mundo à beira de uma guerra nuclear.
No final do processo de negociações então realizado, acordou-se que a URSS procederia ao desmantelamento das bases de mísseis e que, em troca, os EUA cessariam as operações contra Cuba e poriam termo ao bloqueio.
A URSS cumpriu com a palavra dada: retirou os mísseis.
Os EUA não cumpriram com a palavra dada: até hoje, não pararam de agredir Cuba - e o bloqueio mantém-se.
Portanto, o que Obama tinha a fazer era, tão-somente, cumprir a palavra dada por Kennedy e jamais cumprida por qualquer presidente dos EUA.
Se tal fizesse, então sim, essa seria, de facto, uma «mudança».
Não o tendo feito, entra para o rol dos homens sem palavra - que, para o caso, são todos os presidentes dos EUA.
«criar um novo relacionamento de cooperação com a América Latina»,
já que, segundo disse,
«com tudo o que está em jogo, não podemos deixar de nos ouvir uns aos outros, Temos de encontrar e construir os nossos interesses comuns»,
e para isso é necessário, sempre nas palavras de Obama,
«ouvir e aprender».
Obama foi lá, ouviu e terá aprendido - provavelmente terá, até, aprendido muito - mas não aprendeu o essencial, e por isso não fez aquilo que deveria fazer: anunciar o fim do bloqueio a Cuba.
Se o tivesse feito, teria dado inequívocas provas de «mudança». Não o tendo feito, e recorrendo aos mesmos argumentos dos seus antecessores (Bush incluído), mostrou que a sua «mudança» não passa de paleio.
A utilização do «argumento» dos «direitos humanos» tem servido a todos os presidentes dos EUA, desde Kennedy, para justificar quer o bloqueio, quer o conjunto de acções terroristas desencadeadas pelo imperialismo norte-americano contra Cuba.
Tal «argumento» tem servido, igualmente, para desviar as atenções da falta de palavra de todos esses presidentes dos EUA.
Com efeito, remontando ao ano de 1962, recordamos que, face às ameaças e tentativas de invasão de Cuba, a União Soviética, a pedido do governo cubano, instalou bases de mísseis na Ilha, e que a resposta dos EUA a essa decisão colocou o mundo à beira de uma guerra nuclear.
No final do processo de negociações então realizado, acordou-se que a URSS procederia ao desmantelamento das bases de mísseis e que, em troca, os EUA cessariam as operações contra Cuba e poriam termo ao bloqueio.
A URSS cumpriu com a palavra dada: retirou os mísseis.
Os EUA não cumpriram com a palavra dada: até hoje, não pararam de agredir Cuba - e o bloqueio mantém-se.
Portanto, o que Obama tinha a fazer era, tão-somente, cumprir a palavra dada por Kennedy e jamais cumprida por qualquer presidente dos EUA.
Se tal fizesse, então sim, essa seria, de facto, uma «mudança».
Não o tendo feito, entra para o rol dos homens sem palavra - que, para o caso, são todos os presidentes dos EUA.
13 comentários:
Nao é homem de palavra para voce. ou vai-me dizer que homens de palavra sao aqueles respondem aos interesses da sua ideologia?
Imagine por uns segundos: obama retira o bloqueio, mas cuba nao cumpra a sua parte. Com honestidade se assim acontecesse qual seria a sua opinião?
J.Z.Mattos
Já sabíamos, desde a campanha eleitoral, que seria paleio. Já tinha tempo de ter feito alguma coisa. E fez. Ao invés da palavra que deu...
Um beijo grande
E ouvir eu que, com a abertura da administração americana, o regime comunista cubano cairia!... Foi esta afirmação dum verme comentador duma das nossas televisões. Sendo assim porque fazem o bloqueio?!... o franco-atirador que aqui costuma vir de vez em quando, como neste caso, pode responder-me.
Contra factos não há argumentos.
A revolução é hoje!
Uma vez mais repito, eu até gostava de me ter enganado com o Obama, mas não, infelizmente não!
beijos
Os EUA sofrem de incoerência crónica, chega a ser escandalosa a discrepância entre as palavras (direitos humanos, dizem eles?!) e os actos que cometem.
Tamanha aleivosia deveria ser punida.
Beijo,
Sílvia MV
o "franco-atirador" tem mt gosto em responder-lhe: pra mim é certo que regime comunista nao cai enquanto nao morrer Fidel e algumas das suas tropas ou se existir uma revolta popular (revolta popular = ja li aqui artigos onde nao é problema). nao é com estes gesto do obama que o regime cai. os tolos que pensavam isso sao mesmo tolos. inflexiveis convencidos como sao os politicos comunistas, nem o sorriso orelha a orelha do obama valeria alguma coisa. nao acha?
ja agora, nem uma palavra sobre o comportamento do vosso adoravel chavez.
J.Z.Mattos
Sr JZMattos
Como faz pergunta no plural, suponho que qualquer uma das pessoas que aqui comente possa responder.
Só respondo a uma coisa:"ja agora, nem uma palavra sobre o comportamento do vosso adoravel chavez."
Mas porque é que se tem de falar Chavez?
O Chavez, não é meu!
Já reparou que o você é que é intolerante face a outras opiniões, neste artigo fala-se na actuação de Obama que tanta expectativa deu ao mundo em geral e aos Norte Americanos em particular, porque de facto querem uma mudança, o que se vê é mais do mesmo.
E como não concorda co a opinião expressa atira com o Chavez?!
O bloqueio a Cuba, as tentativas sucessivas de assassinato do seu, até há pouco, presidente, etc, são um crime contra todo o povo cubano, cometido continuadamente, durante décadas e mais importante, sem nenhuma espécie de base legal que o sustente.
Acresce ainda o facto, talvez pouco importante para alguns comentadores, "tipo Mattos", de este bloqueio ainda se manter, mas já, hoje em dia, contra a vontade expressa em votos de todos, repito, TODOS os países das Nações Unidas, exceptuando, obviamente, o agressor, Israel (porque será?!) e um país obscuro qualquer, de que não retive o nome.
Cumprir a palavra dada? Agora já vai tarde! Agora é tempo de terem simplesmente vergonha na cara!
Desculpem-me o "post"...
Abraço
J.Z. Mattos: eu repito: em 1962, os EUA comprometeram-se publicamente apôr fim imediato ao bloqueio se a União Soviética retirasse os mísseis de Cuba. Em 1962, a União Soviética retirou os mísseis de Cuba.
Em 2009, o bloqueio mantém-se...
Está percebido?
Maria: fará o que lhe está destinado fazer...
Um beijo grande.
Antuã: realmente, se assim fosse já eles tinham acabado com o bloqueio há... 50 anos.
Um abraço.
CRN: e mais nada...
Um abraço.
Ana Camarra: por muitas (e até eventualmente positivas) mudanças que faça, nada mudará nas questões essenciais, ou seja, nas que dizem respeito ao imperialismo.
Um beijo.
Sílvia MV: eles têm método simples: em cada momento dizem e fazem o que mais lhes convém...
Um beijo.
Ana Camarra: sabes, o Chávez incomoda muita gente...
Um beijo.
samuel: exactamente: vergonha na cara.
Um abraço.
ehehehehehehe, ahahahaah, ehehehe... desculpem, mas há aqui um matozz que me faz desmanchar a rir, de tão primário... ( e, já agora, permitam-me que não peça desculpa. rir não é «pecado») eehehehe ahahahha eheheheh
sr Antonio L.G. acho bem que se ria. é sempre saudavel. talvez eu seja primario, admito. nao tenho escrita de intelectual como muitos de voces. agora minha maneira, seja ela primaria ou nao, digo o que penso. eu respeito as vossas opinioes. agora nao se pode obrigar que os outros tenham a visao de comunista como é o meu caso. nao deixerei de dizer o que penso, isto nao é Cuba. lá a esta hora eu ou estava preso, ou perseguido ou morto, mas estamos em Portugal: pais livre. Cuba é excepcional para quem gosta da teoria comunista. na democracia ha varias visoes: a visao comunista tem voz, mas nao é a unica. é esta diferença.
J.Z.Mattos
não quero criticar o senhor mattos e muito menos quem escreve neste blog. Apenas acho que não se deve dar provas de uma mente tão fechada.
("vamos rir dos primários, ehehe, ahaha"? faltou-lhe a classe, senhor a.l.g.)
liberdade de pensamento é saudável, ou faz falta a censura?
ass: a.o.s.
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