O MORTO NA PRAÇA DE BEYAZIT
Um morto está deitado,
um jovem de dezoito anos,
ao sol dos dias,
à noite com as estrelas,
na Praça de Beyazit em Istambul.
Um morto está deitado:
segura numa mão o seu livro de estudo,
na outra o sonho interrompido antes de ter começado
em Abril no ano de mil novecentos e sessenta,
na Praça de Beyazit em Istambul.
Um morto está deitado.
Foi abatido,
e a ferida da bala
abre-se-lhe na fronte como um cravo vermelho,
na Praça de Beyazit em Istambul.
Um morto continuará deitado,
o sangue a cair na terra, gota a gota,
até ao dia em que o meu povo em armas
com cantos de liberdade
vier tomar de assalto a praça grande.
Nâzim Hikmet
5 comentários:
Um poema de resistência que denuncia a morte de um jovem e de outros milhares de jovens que no mundo são assassinados pela ditadura do capital.
Um poema que apela ao combate pelas ARMAS contra a repressão,pela LIBERDADE e pela emancipação dos escravos assalariados.
Um poema que vos devia fazer pensar um pouco,quando defendem as teses de colaboração de classe e de transição pacífica para o "socialismo",pela via parlamentar e no respeito pela Constituição democrática burguesa, ou quando a direcção do PCP e do BE defendem melhores condições, para que as forças policiais (repressivas)possam desempenhar o seu "trabalho",ou seja na defesa da propriedade privada e da ordem burguesa capitalista.(Ver as afirmações feitas a este respeito por de J.de Sousa num comicío na Amadora o ano passado)
Por fim,quantas voltas já o poeta revolucionário comunista Nâzim Hikmet,terá dado no seu túmulo, por utilizarem a sua poesia, para esconder e dar cobertura ao reformismo pacifista e conciliador, tão contrário ao seu pensamento e acção revolucionária que teve.
F.Samuel, tente responder aos comentários, com argumentos politicos e não caia nas observações que faz,porque assim faz transparecer uma imagem que não é a sua.
Bem haja
A CHISPA!
Nâzim Hikmet, é, sem dúvida, excepcional!
Só o sonho da juventude (ainda que de espírito)levará a uma realidade social desejável: cidadãos cívicamente responsáveis,críticos, activos e intervenientes onde não sejam precisos "cravos vermelhos", de sangue nas frontes, para vivermos Democraticamente a Liberdade com verdadeira Justiça social.
um abraço
A História diz-nos que, felizmente, cada gota de sangue tem feito germinar outros jovens, com livros numa mão e sonhos na outra... alguns deles capazes de dar tudo para fazer desses sonhos realidade.
Abraço.
Já muito sangue jovem e não só tem sido derramado pela revolução e é com eles que lutamos, até à morte. na conquista dos ideais!!!
Como é possível dizer que essa luta corresponde a uma colaboração com aqueles que todos os dias nos vão destruindo?
Um beijo.
A Chispa; depois daqueles insultos todos, o «bem haja» surge ali um pouco... deslocado, não acha?
Anjos: é por isso que lutamos - e venceremos.
Um abraço.
samuel: é essa a garnde lição.
Um abraço.
Graciete Rietsch: e... «os mortos não os deixamos/para trâs, abandonados/fazemos deles bandeiras, guias/e mestres soldados/ dos cpmbates que travamos»
Um beijo.
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